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Polícia do Pará investiga morte em Eldorado dos Carajás

Lavrador foi executado em emboscada próximo ao município, no sudeste do Pará; é a quinta morte na Região Norte em uma semana

Por Mirella D'Elia
2 jun 2011, 16h15

A Polícia Civil de Eldorado dos Carajás, no sudeste do Pará, abriu inquérito para investigar se a morte de um lavrador, nesta quinta-feira, tem relação com os assassinatos que ocorreram na Região Norte na semana passada, possivelmente ligados a conflitos agrários. Marcos Gomes da Silva, de 33 anos, foi morto a tiros em uma emboscada numa estrada a caminho de Carajás. Foi a quinta morte na Região Norte em uma semana. A cidade foi palco de sangrento massacre em 1996, quando 19 trabalhadores rurais sem-terra foram mortos.

Segundo o delegado Elias Francês, responsável pelas investigações, os criminosos fizeram duas investidas. Na primeira, atiraram na vítima próximo à localidade de Vila Betel, a cerca de 45 quilômetros do município. Socorrido por moradores, foi morto a caminho do hospital. Encapuzados, homens armados puseram estacas de madeira na estrada, pararam o carro em que Marcos estava, mandaram que as outras pessoas corressem e executaram o rapaz ali mesmo, a tiros. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Marabá.

O delegado já ouviu duas pessoas até agora e, além de colher o depoimento de outros moradores, estuda pedir auxílio de agentes da Delegacia de Conflitos Agrários. “Ainda não posso dizer se a morte tem alguma ligação com as outras. O inquérito ainda está na fase inicial”, disse Elias Francês ao site de VEJA.

Mortes – Na terça-feira passada, os líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva foram assassinados em um assentamento de Nova Ipixuna, no Pará. Os dois combatiam a ação ilegal de madeireiros na região. Eles chegaram a ser citados no último levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada à Igreja Católica, como ameaçados de morte.

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Três dias depois, o agricultor e militante Adelino Ramos foi morto em Vista Alegre do Abunã, Rondônia. E, no dia seguinte, Eremilton Pereira dos Santos, que testemunhou a morte de José Cláudio e Maria, também foi assassinado. A Polícia Civil acredita que esta última morte não está relacionada aos conflitos agrários. Já a Comissão Pastoral da Terra diz que investigação ainda não concluída e, portanto, não é possível assegurar essa hipótese.

A Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Pará estão apurando a motivação dos crimes. Um grupo interministerial foi criado pelo governo federal para acompanhar o caso, mas ainda não anunciou medidas concretas. Na última terça-feira, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, admitiu que o governo não tem condições de fornecer segurança para todos os trabalhadores na região Norte ameaçados por pistoleiros.

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