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Polícia admite que PMs mataram Juan, sem confronto

Delegado responsável pelo caso pediu a prisão dos quatro policiais que participaram da operação, e diz que medida é necessária para proteger testemunhas

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 jul 2011, 14h12

O delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, Ricardo Barbosa, responsável pela investigação do caso de Juan Moraes Neves, de 11 anos, informou nesta quarta-feira que só a polícia atirou durante a operação que resultou na morte do menino. Um vídeo feito logo após o ocorrido, conseguido pela polícia, também tem servido como prova. Nele, ficam esclarecidos locais onde tinha sangue, cartuchos encontrados e marcas de tiros. O vídeo foi feito por um morador através de seu celular, que já foi periciado. “De acordo com as provas recolhidas, Juan morreu com um tiro no pescoço e ele foi baleado por policiais militares”, afirma Barbosa.

O delegado pediu a prisão temporária dos quatro policiais militares envolvidos no caso. Segundo ele, as testemunhas estão acuadas e não querem prestar depoimento com medo de represálias. Juan desapareceu no dia 20 de junho, após uma operação policial na favela Danon, onde ele vivia com a família. As provas testemunhais têm sido de extrema relevância ao caso. Foram elas que informaram à polícia que os primeiros disparos foram feitos por um fuzil. Barbosa disse, nesta quarta-feira, que a arma apreendida com Igor de Souza Afonso, de 17 anos- suspeito de envolvimento com o tráfico, e morto no dia em que Juan sumiu- era uma pistola. Agora os depoimentos são fundamentais para que a polícia saiba como foi e por quem foi feita a ocultação do corpo de Juan, morto em Nova Iguaçu.

Os policiais mudaram suas versões sobre o crime algumas vezes. Uma delas foi quando, logo após o auto de prisão em flagrante, disseram que houve um confronto contra seis bandidos. Na delegacia, mudaram a fala, e afirmaram que era apenas contra duas pessoas. O GPS das viaturas policiais mostrou que os PMS desembarcaram por volta das 18h30 da viatura, e não Às 20h, como os militares haviam dito.

O GPS também serviu para revelar que os policiais demoraram, no mínimo, 23 minutos para socorrer Igor. Um tempo considerado muito longo, segundo Barbosa. O aparelho mostra que a viatura não foi até o local onde o corpo de Juan foi encontrado. “Isso era esperado. Os policiais sabiam que havia um GPS na viatura. Por isso, precisamos aguardar o retorno das empresas de telefonia (que ainda não deram resposta sobre o pedido de quebra de sigilo)”, afirma o delegado.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro entregou na terça-feira ao Juízo da 4ª Vara Criminal pedido de prisão temporária dos PMs envolvidos no desaparecimento e morte do menino Juan Moraes, de 11 anos. Os cabos Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva, e os sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares são acusados por dois homicídios e duas tentativas de homicídio.

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As promotoras de Justiça Adriana Lucas Medeiros e Júlia Costa Silva Jardim requereram a prisão temporária dos quatro militares por dois homicídios duplamente qualificados – as mortes de Juan e de Igor de Souza Afonso – e duas tentativas de homicídio duplamente qualificado (Wesley, irmão de Juan, e a testemunha Wanderson dos Santos de Assis) além de ocultação do cadáver do menino Juan.

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