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PMs são presos após matar publicitário

Segundo versão da polícia, Ricardo Prudente de Aquino não parou na abordagem e os policiais atiraram porque confundiram um celular com uma arma. PM reconhece que "há indícios de falhas de procedimento inaceitáveis"

Por Marina Pinhoni
19 jul 2012, 12h48

Os três policiais militares – dois soldados e um cabo – envolvidos na abordagem que terminou na morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, de 39 anos, foram presos em flagrante e levados para o Presídio da Polícia Militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo. O fato ocorreu na noite desta quarta-feira na Avenida das Corujas, perto da Praça do Pôr-do-sol, no Alto de Pinheiros, zona nobre da capital.

Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira, a PM afirma que as circunstâncias da morte de Aquino estão sendo apuradas. Segundo informações preliminares da PM, o publicitário dirigia em alta velocidade na região da Vila Madalena e fugiu depois de uma tentativa de abordagem, por volta das 22 horas. Perseguido, bateu em outro veículo e foi baleado depois que os policiais “visualizaram Ricardo com um objeto na mão, pensando se tratar de uma arma”, afirma a nota da PM. O objeto seria um celular.

Segundo o delegado Dejair Rodrigues, do 14º DP, os três policiais – os soldados Luis Gustavo Teixeira Garcia, de 27 anos, e Adriano Costa da Silva, de 26, e o cabo Robson Tadeu Nascimento Paulino, de 30, todos do 23º Batalhão de Polícia Militar – atiraram. Foram feitos sete disparos, todos a curta distância. Quatro atingiram o para-brisa do veículo (um Ford Fiesta), um a lateral do carro e dois a cabeça do publicitário.

Carro do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, morto a tiros por policiais militares na madrugada desta quinta-feira em São Paulo
Carro do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, morto a tiros por policiais militares na madrugada desta quinta-feira em São Paulo (VEJA)
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Ricardo chegou a ser socorrido e levado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos. O caso foi registrado no 14º DP (Pinheiros), como homicídio doloso – com intenção de matar. Os policiais devem permanecer presos até o resultado do inquérito policial.

De acordo com os policiais envolvidos no episódio, Ricardo portava 50 gramas de maconha, mas não foram encontradas armas. No comunicado, a Polícia Militar informou que “lamenta a ocorrência” e que apura se, de fato, os policiais confundiram o celular do publicitário com uma arma. A corporação afirma que “há indícios de falhas de procedimento inaceitáveis” e conclui o comunicado se desculpando pelo ocorrido. “A Polícia Militar pede desculpas à família, à sociedade e esclarece que, após as apurações, os envolvidos pagarão pelos seus erros na medida de suas atitudes”.

Em entrevista ao jornal SPTV, da Rede Globo, Lélia Pace Aquino, de 35 anos, casada com Ricardo há 9, disse não acreditar na versão dos policias que afirmam ter havido uma perseguição policial. Ela recebeu a notícia da morte do marido às 3h desta quinta-feira. “Não acredito que tenha havido perseguição. Como uma pessoa é perseguida e estaciona? O carro está perfeitamente estacionado na rua”, observou Lélia.

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“Houve uma falha operacional e, por isso, os policiais foram autuados em flagrante por homicídio doloso”, afirmou Dejair Rodrigues. “A vítima não esboçou resistência e os disparos foram realizados numa curta distância”.

Embora câmeras de segurança tenham filmado o momento dos disparos, Rodrigues disse que as imagens não estão nítidas e, por isso, não podem ser usadas na investigação. “A região é muito escura e arborizada”, justificou o delegado. Os policiais procuram outras cenas que possam ajudar a desvendar o caso.

(Com Agência Estado)

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