Vereadora do PMDB diz que mendigo não é cidadão e pode ser expulsa

Presidente do partido pediu punição à parlamentar, que discursou na Câmara

Por Da Redação
1 nov 2013, 19h22

Rio: Leila do Flamengo, ao lado do prefeito Eduardo Paes, ambos do PMDB (Divulgação/VEJA)

O presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, pediu a expulsão do partido da vereadora Leila do Flamengo nesta sexta-feira. A decisão foi tomada depois de a parlamentar dizer, em discurso no plenário da Câmara na quarta-feira, que mendigos não podem ser considerados cidadãos nem deveriam ter os mesmos direitos. Ela defendia o direito dos moradores da Zona Sul de frequentar praças – sem mendigos – quando afirmou que a maioria da população de rua é formada por “homens fortes e bêbados que não querem trabalhar”.

Em nota, Picciani diz que o discurso da vereadora revela preconceito, ignorância e “demonstra a abissal distância entre o seu pensamento e o do partido”. O peemedebista acrescenta ainda que pediu abertura de processo na Comissão de Ética, requerendo a expulsão da parlamentar que, de acordo com ele, “sequer teria sido eleita, tendo em vista que conquistou a sua vaga no Legislativo carioca graças à sobra de votos dos companheiros de legenda”.

Ração para peixe – As declarações que podem custar a expulsão da vereadora do partido do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes foram feitas dias após a divulgação de um vídeo em que outro vereador, José Paulo de Carvalho de Oliveira, do PT do B de Barra do Piraí, no Sul Fluminense, afirma que mendigo deveria virar ração para peixe. O vereador contestava o direito de voto de moradores de rua quando fez a afirmação, em 8 de outubro. O caso ganhou repercussão segunda-feira. Na terça-feira, a Polícia Civil instaurou inquérito para verificar se a declaração do parlamentar pode configurar apologia ao crime.