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PF prende 51 pessoas em operação contra pedofilia

Entre os suspeitos, há um seminarista, policiais militares e servidores públicos; eles foram presos em dezoito Estados do país

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 out 2014, 18h59

A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira 51 pessoas acusadas de produzir e compartilhar pornografia infantil e de abusar sexualmente de crianças em dezoito Estados e no Distrito Federal. As detenções fazem parte de uma megaoperação, batizada de Darknet, de combate à pedofilia no país. Entre os suspeitos, há um seminarista, policiais militares, empresários, servidores públicos, técnicos em informática, professores, estudantes, entre outros. Mais suspeitos podem ser presos nas próximas horas.

Dos 51 detidos, 45 foram presos em flagrante. Um deles foi pego dormindo com uma criança no Rio Grande do Sul, e outro confessou à polícia que pretendia abusar da própria filha, em Minas Gerais. Em coletiva de imprensa, o superintendente da Polícia Federal do Rio Grande do Sul, Sandro Luciano Caron, classificou os casos como “chocantes” e “de passar mal”, mesmo para os policiais acostumados a lidar com esse tipo de situação. “O que nos chamou a atenção foi a crueldade dos atos. Num desses casos tratava-ve de um pai, que tinha uma esposa grávida, e ele estava se preparando e buscando meios para abusar da criança que nem havia nascido”, disse o delegado.

A polícia rastreou os suspeitos a partir da deep web, um espaço na internet onde o conteúdo é publicado anonimamente e não aparece em sites de busca. Segundo a chefe de Repressão a Crimes Cibernéticos em Brasília, Diana Kalazans Mann, foi possível identificar um grande número de pessoas porque os usuários desse ambiente virtual acreditavam que a polícia fosse incapaz de monitorá-los – só as polícias dos Estados Unidos e da Inglaterra contam com ferramentas que permitem o rastreamento de criminosos na deep web, segundo a PF.

“A internet que nós usamos no dia-a-dia são indexadas. Nós a chamamos de internet de superfície. Mas essa é uma parcela pequena da internet. Existe um conteúdo muito maior que não está disponível para todos [a deep web]. Nós mergulhamos mais profundamente nesse mar para achá-los. Nessas redes mais sofisticadas, que exigem um conhecimento mais aprofundado, quanto mais fundo a gente vai, mais abusadores nós encontramos”, explicou a delegada.

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Ao todo, os investigadores identificaram 106 usuários da deep web. O delegado Caron afirmou que precisou interromper o monitoramento e antecipar a prisão de quatro pessoas com a intenção de evitar o estupro iminente de menores – entre elas, estava o pai que queria abusar do próprio filho. Seis crianças, de 6 a 10 anos, foram resgatadas. A investigação durou em torno de um ano e mobilizou cerca de 500 agentes.

“É importante destacar que não se tratou de uma investigação envolvendo apenas suspeitos de divulgarem e armazenarem material de pornografia infantil. Se tratou de um caso em que conseguimos identificar pessoas que, além de divulgar e compartilhar, eram efetivamente abusadores de menores”, enfatizou o delegado Caron.

Segundo a delegada Diana, não há um perfil comum entre os suspeitos. “Pode ser qualquer pessoa, homem ou mulher. Encontramos os mais variados perfis, de diferentes classes sociais e profissões”, afirmou. Além das prisões, foram cumpridos 93 mandados de busca e apreensão para reunir provas contra os acusados. A PF também informou que repassou informações obtidas na investigação para polícias de outros países, como Portugal, Itália, Colômbia, México e Venezuela.

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