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PCC tem ‘filiais’ em doze Estados e no Distrito Federal

Policiais cumpriram 14 mandados de prisão preventiva; autoridades vão pedir à Justiça a transferência dos envolvidos para unidades de segurança máxima

Por Da Redação
7 nov 2014, 14h59

A Polícia Civil do Distrito Federal, em parceria com agentes de três Estados, desarticulou nesta sexta-feira um núcleo do Primeiro Comando da Capital (PCC) que atuava em Brasília e cidades do entorno no Distrito Federal, sob as ordens de integrantes da organização que estão detidos nos presídios de Belém 1 e Parelheiros, em São Paulo.

Catorze mandados de prisão preventiva foram cumpridos, mas treze tinham como alvos integrantes do grupo que já estavam encarcerados. As autoridades vão pedir à Justiça a transferência dos envolvidos – inclusive da cúpula paulista – para unidades federais de segurança máxima e a inclusão de todos no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).

De acordo com as investigações, o PCC já tem presença em cadeias de ao menos treze unidades da federação. A “filial” candanga se formou em presídios de cidades goianas pobres muito próximas de Brasília, como Águas Lindas de Goiás e Luziânia. Atuava principalmente no tráfico de drogas, além de furtos e roubos para financiar a compra de carregamentos de armas e entorpecentes vindos do Paraguai, Bolívia e Peru. Há a suspeita de que os criminosos também tenham envolvimento na explosão de caixas eletrônicos.

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Nos últimos meses, um carregamento de uma tonelada de maconha, importada pelo grupo, foi apreendida no DF. A operação desta sexta-feira, batizada de Tabuleiro, foi posta em curso porque o grupo planejava para a semana que vem o resgate de dois integrantes que estão no presídio de Águas Lindas de Goiás.

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A facção do Centro-Oeste recebeu o nome de PLD (Paz, Liberdade, Direito) e copia a estrutura, a hierarquia e os rituais da nave-mãe paulista. Para se associar, é necessário ter um padrinho na organização, que responde pelos atos do afilhado no crime. Deve-se seguir à risca o estatuto da “matriz”, sob pena de julgamento pelos chefes.

Os aceitos ganham matrícula e proteção. Para financiar ações criminosas, bancar famílias de companheiros presos e pagar propina a agentes públicos em presídios, pagam mensalidade – “cebolas” – de 400 reais e rifas de trinta reais. Nesta sexta-feira, dez contas bancárias usadas para receber o dinheiro foram bloqueadas.

A Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco) do DF, com apoio de agentes de Goiás, Ceará e São Paulo, identificou 27 integrantes. Na tarde desta sexta-feira, quatro ainda estavam foragidos. Os demais serão alvos de ações nos próximos dias, a depender das investigações. Houve buscas em ao menos nove locais. Nos presídios paulistas, foram apreendidos celulares.

O delegado Fábio Souza, chefe da Deco, adiantou que as autoridades de cada Estado vão pedir a transferência dos presos às respectivas varas de execuções penais. A partir daí, o “bonde” para presídios federais terá de ser negociado com o Ministério da Justiça. O objetivo é que os integrantes fiquem ao menos um ano nas unidades, com possibilidade de prorrogação por igual período.

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Questionado, Souza afirmou, sem dar detalhes, que estão sendo tomadas em todos os Estados envolvidos precauções para evitar rebeliões e ataques em represália ao eventual encaminhamento dos chefes da organização. “Não queremos nenhum deles aqui. Esperamos que o Judiciário rapidamente se manifeste”, disse, acrescentando que o grupo montou uma cadeia de comando e tem planos de expansão.

Pedro Antônio da Silva Júnior, o “Jovem”, preso em Belém 1, Rafael Nogueira Moraes, o “Ramires”, que cumpre pena em Parelheiros, e José Humberto da Silva, o “Trovão”, detido em Fortaleza, são apontados como os chefes do PCC que davam ordens à célula do Distrito Federal. Segundo os investigadores, os três mantinham contato por meio de advogados e visitantes com Marcos Willians Camacho, o “Marcola”, principal líder da facção no Brasil, hoje preso na Penitenciária de Presidente Venceslau, em São Paulo.

Preso em Luziânia (GO), José Flávio Félix Barbosa, o “Paraíba”, coordenava os presidiários, impondo a disciplina do PCC. Os presos vão ser indiciados por integrar organização criminosa, crime cuja pena prevista varia de oito a vinte anos de prisão.

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(Com Estadão Conteúdo)

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