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Para o goleiro Bruno, quanto menos testemunhas, melhor

Defesa de Bruno abriu mão dos depoimentos das pessoas intimadas a participar do júri. Objetivo é evitar que jurados sejam expostos aos detalhes do caso

Por Pâmela Oliveira, de Contagem
4 mar 2013, 15h19

A defesa do goleiro Bruno deve se concentrar nas exposições feitas pelos advogados, em vez de recorrer a várias testemunhas. O criminalista Lúcio Adolfo da Silva abriu mão de três das cinco testemunhas intimadas para o júri do goleiro – as outras duas, o jovem Jorge Luiz Rosa Sales e Amyr Matos Borges não compareceram. Assim, não devem depor para a defesa Célia Aparecida Rosa Sales, mãe de Jorge Sales, Maria de Fátima dos Santos e Anastácio Martins Barbosa. A estratégia é evitar que os jurados tenham conhecimento do teor dos relatos de cada uma delas. Com a manutenção da validade do atestado de óbito de Eliza Samudio e a impossibilidade de sustentar que Eliza não foi assassinada, os depoimentos não teriam grande valor para a absolvição de Bruno.

A principal – e mais esperada – testemunha era Jorge Luiz, primo do goleiro que era menor de idade na época do crime. Há dois domingos, Jorge deu entrevista ao Fantástico, da Rede Globo. Com versões conflitantes, ele acabou complicando os réus, pois disse que Bruno “não teria como não saber” da trama para matar Eliza. Sales, no entanto, não compareceu ao julgamento. “Ele foi arrolado pela acusação. Ele é um condenado. Não poderia ser testemunha. Eu o chamei para defesa para que ele não viesse. É claro que ele não viria”, disse Lucio Adolfo, advogado de Bruno.

Os advogados de defesa sabem que a tendência é de condenação. E arriscar expor as testemunhas a contradições seria mortal para a tentativa de amenizar a pena ou, no melhor cenário para Bruno, obter a absolvição.

Nos bastidores, comenta-se que, ao dispensar as testemunhas, a defesa tenta evitar que o júri, formado por cinco mulheres e dois homens, seja bombardeado com detalhes sobre o caso – alguns deles macabros. Adolfo disse apostar no debate e afirmou que cabe ao promotor Henry Castro provar a culpa do goleiro. “A acusação é frágil. Só se sustenta nas palavras do menor e na confissão de Macarrão, na qual nem mesmo a promotoria acredita. Macarrão disse que entregou Eliza para um homem que estava em um Palio preto. O promotor já está querendo investigar mais dois homens. Macarrão disse que entregou Eliza a um homem e não a três homens. Ou seja, acha que Macarrão é mentiroso”, disse Adolfo. Ele está enganado. A participação de outros dois homens, proposta pela promotoria, diz respeito à ocultação do cadáver de Eliza, não à execução.

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Goleiro Bruno, enfim, volta a enfrentar a Justiça

Como o promotor Henry Castro sabe o processo e os depoimentos de cor – o que ficou demonstrado no julgamento de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão -, seria grande a chance de a acusação explorar esses desencontros nos depoimentos das testemunhas. Jorge Luiz, por exemplo, já apresentou seguidas versões contraditórias. O Ministério Público pretende levar ao plenário o vídeo da entrevista ao Fantástico, em que Jorge complica o goleiro.

O assistente de acusação, José Arteiro, disse que para a acusação a apresentação das testemunhas de defesa ou a ausência delas não faz diferença. “Se eles apresentarem as testemunhas, a gente derruba todo o discurso. Então, não faz diferença. Bruno é culpado, mandou matar Eliza. A defesa não tem como tirar água de pedra”, afirmou.

A ausência de Jorge Luiz Rosa Sales não evitou que os jurados ouvissem seu relato sobre o que ocorreu no dia em que Eliza e o filho Bruninho foram sequestrados. A delegada Ana Maria dos Santos, primeira a depor, contou em detalhes como Macarrão e Jorge Luiz convenceram Eliza a entrar no carro do goleiro. “Ela tentou pular para fora do carro, mas não conseguiu. Jorge relatou que após o carro se afastar do hotel, ele saiu do porta-malas, onde estava escondido, e disse que Eliza havia perdido. Houve uma luta corporal com Eliza. Ela bateu a mão na arma que estava com Jorge. A arma caiu e ele deu algumas coronhadas na cabeça dela”, disse Ana Maria, acrescentando que Eliza tentou sair do carro. “Ele me disse que ela ficou machucada na cabeça e que foi nesse momento que o sangue de Eliza sujou o banco do carro”. O sangue encontrado no Range Rover do goleiro é uma das provas do sequestro.

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O circo de Ércio Quaresma de volta ao caso Bruno

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