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O abacaxi que espera Eduardo Campos no Rio de Janeiro

Prefeito de Duque de Caxias, terceiro maior colégio eleitoral do estado, Alexandre Cardoso (PSB) quer apoiar reeleição de Dilma e candidatura de Luiz Fernando Pezão ao governo do estado. Reunião na próxima semana tentará dissolver o impasse

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 ago 2013, 08h51

O PSB do governador pernambucano Eduardo Campos tem, na Baixada Fluminense, a prefeitura do maior colégio eleitoral da região, o de Duque de Caxias. Ironicamente, o pré-candidato à presidência enfrenta, no município, o maior abacaxi do momento no estado: o prefeito Alexandre Cardoso já manifestou sua intenção de apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff e o nome de Luiz Fernando Pezão (PMDB) para o governo do estado. Na contramão dos esforços do partido para ganhar popularidade no Sudeste, Cardoso afirma sem cerimônia que Dilma é a melhor opção para 2014. Campos, que de acordo com o DataFolha é o presidenciável menos conhecido do eleitor – com nome citado por apenas 7% dos entrevistados -, tentará em uma reunião com Cardoso, na próxima semana, desfazer os nós da pré-campanha.

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Está marcada para a próxima semana uma reunião, em Recife, por iniciativa de Cardoso. A opinião do prefeito caxiense está longe de ser unanimidade entre os correligionários do Rio. Na segunda-feira, um manifesto informando que as declarações de Cardoso não representam as lideranças do PSB circulou por 55 municípios do estado. Foram recolhidas 132 assinaturas – 38 são de presidentes municipais da legenda. “Consideramos que quando o presidente estadual verbalizou uma posição como se do partido no estado fosse, ele feriu a legitimidade no exercício da sua função e quebrou a confiança do conjunto de socialistas fluminenses. Pedimos providências da direção nacional do PSB”, informa o texto.

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O deputado federal Glauber Braga, eleito pelo Rio de Janeiro, assinou o manifesto de repudio à postura de Cardoso e, agora, pede que o presidente do PSB-RJ não fale pelo partido. “Definitivamente, posições pessoais não devem ser verbalizadas como se fossem do partido, ainda mais sendo uma posição minoritária no estado”, diz Braga. Na terça-feira, desembarcaram no Rio de Janeiro o senador Rodrigo Rollemberg, o secretário-geral do partido, Carlos Siqueira, e o vice-presidente Roberto Amaral. Eles conversaram durante duas horas com Cardoso. O objetivo da visita foi discutir a chapa para a eleição a deputado federal, assim como têm feito com outros presidentes regionais do PSB.

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Adesivo do PSB promove Eduardo Campos a ‘presidente’

“A decisão de apoiar um candidato a presidente não é pessoal, mas coletiva. Não queremos precipitar a definição da executiva nacional (para que todos os integrantes do PSB apoiem Campos) porque isso será feito em um momento oportuno”, afirma Siqueira, apontando o fim deste ano ou o começo de 2014 como o limite para definir o apoio de todo o PSB a Campos. Apesar de querer postergar a batalha com Cardoso, Siqueira manda o recado: “Ninguém é proprietário do partido”.

Na conversa com Cardoso, foi falado do interesse da executiva nacional do PSB em lançar candidatura própria ao governo do Rio. O único nome divulgado até agora como possível concorrente ao Palácio Guanabara é o do ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão. Integrantes da executiva nacional estão estudando outras frentes. Cardoso, no entanto, é contra o lançamento de candidatura própria.

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O presidente do PSB-RJ tem uma relação próxima com Cabral, de quem foi secretário estadual de Ciência e Tecnologia. E Cabral, por sua vez, quer Pezão como governador. Na eleição de 2012, quando Cardoso venceu a disputa pela prefeitura de Duque de Caxias com 51,51% dos votos no segundo turno, foi apoiado por Lindbergh Farias (PT), que também cobra a retribuição na eleição ao governo do estado em 2014. Cardoso é prefeito da cidade com o terceiro maior colégio eleitoral do estado, atrás apenas da capital e de São Gonçalo.

Duque de Caxias é a cidade mais populosa da Baixada, com 873.000 habitantes e 607.663 votantes, o que representa 5,11% do eleitorado do Rio. O peso eleitoral torna o posto de Cardoso um ponto privilegiado.

Para evitar o assunto, Cardoso criou um bordão: “não discuto 2014 em 2013”. Indiretamente, criticou a postura dos outros integrantes da legenda, que têm priorizado a candidatura de Campos em detrimento das eleições regionais. “Eu não faço política assim. Em política, a gente, primeiro, respeita questões regionais e estaduais. E, se eu estava no governo, como dizer agora que não é bom?”, diz Cardoso.

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