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No 1º dia, nenhuma internação à força na cracolândia

O início do plantão judiciário na região teve uma internação à força e uma voluntária, ambas sem participação do mutirão do governo

Por Da Redação
22 jan 2013, 07h42

O primeiro dia do plantão judiciário da cracolândia, no centro de São Paulo, teve uma internação feita à força e uma voluntária – ambas sem participação do mutirão do governo. Quem procurou ajuda no novo serviço esbarrou no desencontro de informações sobre internação e ficou frustrado com a falta de apoio.

A família do aposentado Reinaldo Mira, de 62 anos, precisou dopá-lo para levá-lo ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), onde o plantão judiciário foi instalado. A autônoma Ana Paula Mira, de 34 anos, enganou o pai: disse que o levaria ao médico e colocou calmantes no suco que ele tomou de manhã.

“Se não tivesse feito isso, ninguém iria buscar meu pai. Ele ainda estaria na rua e poderia até morrer. Ele está totalmente fora de órbita”, diz Ana Paula. Segundo ela, Reinaldo começou a usar crack com frequência há dois anos. Ana visitou o Cratod na semana passada e disse que foi orientada por funcionários a levar o pai nesta segunda-feira, quando começaram as internações compulsórias determinadas pela Justiça. O outro caso de internação foi de uma menina de 16 anos levada ao local pela família por vontade própria.

Exceções – O programa, segundo o governo, é destinado apenas a exceções, usuários que estejam à beira da morte ou colocando a vida de outros em risco. Mas os anúncios do governo não foram entendidos dessa forma pela população. Pelo menos oito mães ouvidas pela reportagem procuraram o Cratod na segunda-feira para pedir a internação dos filhos. Elas achavam que sairiam de lá com o tratamento marcado, mas apenas receberam orientação para procurar a rede pública de atendimento de saúde.

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“Estou saindo daqui com as mesmas dúvidas de quando cheguei”, disse a auxiliar-geral Marlene Sampaio de Lima, de 53 anos. Ela esperava que seu filho de 27 anos, usuário de drogas há 11, pudesse ser internado naquela hora. Marlene foi orientada a procurar Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do seu bairro.

Já para a diarista Edna, de 52 anos, assistentes sociais prometeram a ela que entrariam em contato com o Caps de seu bairro. Técnicos iriam visitar o filho dela, um homem de 26 anos, e avaliariam seu quadro clínico.

Nem quatro usuários de drogas que foram ao Cratod por conta própria pedir ajuda ficaram internados. Médicos que avaliaram um dos casos, o do ajudante-geral Vágner José dos Santos, de 35 anos, que chegou ao Cratod às 10h, disseram que não havia necessidade de interná-lo e marcaram atendimento ambulatorial para a tarde. “Fui almoçar e dei sorte que não vi um cachimbo no caminho. Senão ia fumar.”

(Com Estadão Conteúdo)

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