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Multinacionais envolvidas em cartel não conseguem barrar investigação sobre propina

Conselho Superior do MP de São Paulo continuará a investigar as empresas Alstom e Bombardier, apontadas como integrantes do cartel de trens e metrô

Por Da Redação
29 jan 2014, 10h03

A empresas multinacionais Alstom e Bombardier, sob suspeita de integrarem um cartel que atuou no setor metroferroviário paulista nos anos entre 1998 e 2008, sofreram na terça-feira um revés no Conselho Superior do Ministério Público Estadual. O órgão rejeitou recursos das empresas para trancar o inquérito civil aberto para investigar suposto pagamento de propinas a agentes públicos.

O argumento das empresas era que os fatos apurados no inquérito são os mesmos expostos em uma ação civil pública proposta em 2009 e aberta em 2013, na qual ambas são rés com o atual presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Mário Bandeira, e o diretor de operações da estatal, José Luiz Lavorente. A espanhola CAF também é acusada.

Os dirigentes da CPTM e as três empresas que integravam o consórcio Cofesbra são acusados de improbidade por terem assinado, em 2005, um aditivo em um contrato de 1995, para fornecimento de doze trens para a CPTM, no valor de 223,5 milhões de reais. O contrato tinha vigência até 2000. Para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), a CPTM deveria ter aberto nova licitação para efetuar a compra.

O aditivo foi julgado irregular pelo TCE e Bandeira e Lavorente condenados a pagar 44,6 mil reais de multa cada um. A CPTM argumentou que o aditivo faria a compra ser mais econômica, mas técnicos do TCE sustentaram que o valor, na verdade, subiu 17,35% – o equivalente a 38,7 milhões de reais, em valores nominais.

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O Conselho Superior do MP tem onze procuradores com atribuição para arquivar ou reabrir inquéritos civis de competência da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público – braço da instituição que apura improbidade. O inquérito civil questionado pelas multinacionais apura suposto pagamento de “vantagens ilícitas” pelo Cofesbra aos agentes públicos pelo aditamento. Na abertura do inquérito, o promotor do caso afirmou que o consórcio teria contratado “empresas de consultoria de fachada” e que seus controladores teriam sido responsáveis por intermediar o pagamento de propina a agentes públicos.

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Segundo a promotoria, as quantias seriam remetidas ao exterior por meio de doleiros e, depois, “depositadas nas contas bancárias dos agentes públicos para que esses, no exercício de suas funções, providenciassem a contratação do Consórcio para a venda dos doze trens”.

A Bombardier e a Alstom recorreram administrativamente, alegando “que a questão é objeto de ação civil perante o Judiciário”. As empresas bateram à porta do Conselho. “São investigações diversas, não obstante envolvam o mesmo aditamento contratual”, disse o procurador Mário Sarrubbo, relator do processo no Conselho. Ele destacou que “a essa altura não é possível afirmarmos a existência ou não das aludidas propinas ou mesmo suas repercussões no aditamento”. O voto do relator foi seguido por unanimidade pelo colegiado.

Esclarecer os fatos – A Bombardier disse que “respeita a decisão do Conselho” e “rechaça qualquer tipo de conduta ilegal”. A Alstom “lamentou não ter tido tempo suficiente para que se posicionasse adequadamente para a matéria em questão”. A CPTM disse que “a Companhia e a sua diretoria veem a instauração do inquérito como uma oportunidade de esclarecer os fatos, inclusive já se manifestou nos autos da investigação nesse sentido”.

(Com Estadão Conteúdo)

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