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Moradores do Cingapura protestam contra remoção

Lixeiras foram usadas para bloquear a avenida Zaki Narchi; Justiça determinou interdição do conjunto devido ao risco de explosão

Por André Vargas
10 out 2011, 18h59

Os moradores do conjunto habitacional Cingapura Zaki Narchi protestaram na tarde desta segunda-feira contra a decisão do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo (TJ-SP), que determinou a interdição imediata do local por conta do risco de explosão causado pelo vazamento de gás metano.

Os protestos começaram por volta das 17 horas, quando sacos de lixo foram utilizados para bloquear a avenida Zaki Narchi nos dois sentidos. Os moradores, que se recusam a deixar o conjunto habitacional, estenderam faixas protestando contra a remoção determinada pela Justiça. Uma delas dizia: “Aqui ñ (sic) existe gás”.

A Polícia Militar (PM) foi chamada para conter os manifestantes e houve um princípio de tumulto. Os policiais só conseguiram desbloquear a via totalmente uma hora e meia depois do início do protesto. Até 18 horas, cerca de vinte carros da PM permaneciam de prontidão no local para conter possíveis tumultos. “Só queremos desbloquear a via e não deixar ninguém em risco”, afirmou o tenente PM César Galhardo, que comandou a operação.

A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), responsável pelo empreendimento, informou que realizará uma reunião nesta terça-feira, às 15 horas, para explicar aos moradores a situação. Até lá, a retirada dos moradores fica suspensa. Monitoramento – Técnicos da Cetesb realizaram medições para verificar os índices de concentração de gás metano no conjunto habitacional e em uma creche que fica no local. Segundo nota divulgada pela companhia, não foi detectado “índice de inflamabilidade” nos locais vistoriados. “Pelas investigações e monitoramento feitos até agora para avaliar a ocorrência de metano no subsolo do conjunto, a Cetesb não identificou, até o momento, situações de risco iminente de uma eventual explosão pelo confinamento do gás. No entanto, constatou um risco potencial que precisa ser eliminado com a adoção de medidas de remediação, conforme tem exigido”, informou a Cetesb, na nota. De acordo com as exigências feitas pela empresa, a Seahb deverá fazer o monitoramento diário da creche e da área dos apartamentos. Revolta – Entre os moradores, o clima é de incerteza e revolta. A mais exaltada era a dona de casa Valquíria da Silva. “Queremos um representante da prefeitura. Ninguém nos diz nada”, afirmou. Um grupo pretende procurar a Defensoria Pública para tentar reverter a decisão judicial. A associação de Moradores “Vida Melhor” também entregou abaixo-assinado para a Prefeitura contra a remoção. Técnicos da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) fizeram 240 medições no Cingapura, que possui vinte blocos onde residem 7.000 pessoas. No meio do trabalho de medição, o cabeleireiro José Tavares de Medeiros, reclamou publicamente: “Eles falavam até a semana passada que não havia risco, agora não falam mais nada”. “Inventaram tudo isso. “Ninguém sabe o que vai acontecer”, reclama o técnico de manutenção predial, José Luís de Oliveira Lima. Ele disse que acabou de gastar 3.000 reais para reformar seu apartamento e teme perder tudo. “Se o problema está no shopping (Center Norte, vizinho ao conjunto habitacional), por que o juiz quer mexer com a gente?”, indaga o carregador Manoel dos Santos.

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