Mais um detento foi encontrado morto nesta quarta-feira em uma penitenciária de São Luís, no Maranhão. Segundo a Secretaria de Estado da Justiça e da Administração Penitenciária (Sejap), o preso João Francisco Diniz Pereira morreu enforcado na cela 4 da Central de Custódia Preso de Justiça (CCPJ) do Anil. Essa é a 68ª morte registrada no sistema prisional maranhense desde o ano passado.
A Sejap informou que Pereira havia sido transferido, nesta terça-feira, do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o maior do Estado e palco da maioria das mortes e rebeliões. O detento foi mantido em Pedrinhas até ser condenado pela Justiça, nesta semana. Ele passava a primeira noite na CCPJ do Anil. A Sejap não informou o crime pelo qual o detento cumpria pena.
A Delegacia de Homicídios assumiu a investigação do caso e vai ouvir seis presos que estavam na cela onde o cadáver foi encontrado. Peritos do Instituto Médico Legal estiveram no local nesta quarta para apurar as circunstâncias da morte.
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A morte de Pereira foi a primeira dentro de uma penitenciária neste mês. Dois presos já haviam morrido em fevereiro, mas dentro de delegacias da Polícia Civil maranhense. Um dos casos, de morte por enforcamento com indícios de suicídio, ocorreu em Rosário, na Grande São Luís. O outro foi um espancamento na carceragem de Itapecuru Mirim, interior do Estado. O interno morreu no hospital, depois de ter sido socorrido.
Barbárie – No fim do ano passado, esquartejamentos e decapitações de detentos de Pedrinhas chocaram o país. As condições insalubres do presídio e brigas entre gangues rivais resultaram na morte de sessenta detentos.
A crise foi agravada quando a violência ultrapassou os muros do presídio e tomou as ruas da capital maranhense. Irritados com a presença da Polícia Militar no presídio, que passou a fazer a segurança do local, chefes de facções criminosas ordenaram de dentro de Pedrinhas uma onda de ataques a ônibus e delegacias na cidade. Uma menina de seis anos acabou morrendo após ter mais 90% do corpo queimado em uma dessas ofensivas.
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Como uma forma de frear a onda de violência no Estado, alguns detentos foram transferidos de Pedrinhas para presídios federais. O objetivo era isolar os líderes das facções que atuavam no complexo penitenciário. A taxa de homicídios na Região Metropolitana de São Luís, no entanto, subiu 34% em janeiro.
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