Em seu depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, o ex-presidente Lula rasgou elogios a dois de seus colaboradores mais próximos que foram presos pela Polícia Federal, o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto. Entre reclamações, palavrões e respostas evasivas, Lula negou que soubesse que Dirceu e Vaccari receberam propina no esquema do petrolão. Questionado como soube do pagamento de vantagens indevidas a Dirceu, ele respondeu: “Pela imprensa. E sinceramente não acredito”. Lula, a propósito, repetiu o “não acredito” treze vezes durante a oitiva. Indagado se Dirceu ainda desempenhava algum papel no PT depois de preso no mensalão, Lula emendou: “Acho que nenhum, querido. Nenhum, nenhum. É uma pena que o José Dirceu era um grande dirigente político. Acho que poucas pessoas têm a cabeça privilegiada do ponto de vista político que tem o José Dirceu”. O ex-presidente também negou que Vaccari representasse interesses escusos do PT junto a órgãos públicos. “Eu tinha conhecimento que o Vaccari era um companheiro extraordinário, foi um grande dirigente sindical e foi um grande dirigente do PT. Eu não acredito que o Vaccari tenha acertado percentual com empresa pra receber, não acredito, não acredito. Eu sou amigo do Vaccari, gosto de Vaccari.” (Felipe Frazão, de Brasília)