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Lava Jato suspeita que político do PV intermediou propina

Alvo da PF na 19ª fase da operação, Vitor Pereira Delphim recebeu quase 1,4 milhão de reais de empresa usada por operador preso

Por Felipe Frazão 21 set 2015, 19h59

A força-tarefa da Operação Lava Jato encontrou indícios de que um político do PV envolveu-se no esquema de pagamento de propina e lavagem de dinheiro em contratos de empreiteiras com a Petrobras. A Polícia Federal (PF) descobriu que Vitor Pereira Delphim recebeu quase 1,4 milhão de reais, em 2011, como distribuição de lucros da empresa Trend Empreendimentos, Participações e Serviços, sem ser sócio dela. Os investigadores suspeitam que o operador João Augusto Rezende Henriques, preso nesta segunda-feira durante a 19ª Fase da Lava Jato, usou a Trend para intermediar o pagamento de propina a políticos e diretores da estatal.

A PF suspeita que Delphim, presidente da Juventude do PV carioca, tenha cometido os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A Justiça Federal decretou um mandado de condução coercitiva contra Delphim e busca e apreensão no apartamento dele em Botafogo, Zona Sul do Rio. Ele teve os sigilos bancário e fiscal quebrados. Por enquanto, Delphim é tratado como um lobista pelo juiz Sergio Moro.

Ele foi nomeado em julho, pela antiga diretoria do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), como assessor da presidência do órgão. Até então, Vitor Delphim era sócio da Delpha Consultoria especializada em abrir portas para companhias estrangeiras na Petrobras. Relatórios da Lava Jato revelam que, entre 2010 e 2012, ele esteve 64 vezes na sede da estatal, no Rio, justamente nos andares em que ficam as salas de diretores.

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Depois de receber 1.392.160,14 reais da Trend, Delphim foi candidato a vereador no Rio, em 2012, mas informou ter como patrimônio apenas um Mitsubishi Lancer GT avaliado em 81.000 reais. No ano passado, candidato a deputado estadual, declarou como bens somente o mesmo carro.

“Ou Vitor Pereira Delphim ocultou patrimônio adquirido com recursos ilícitos, fruto de pagamento de propina decorrentes de contratos no âmbito da Petrobras, ou o dinheiro recebido pela Trend foi repassado a terceiros ainda não identificados e que seriam os reais beneficiários das contratações firmadas no âmbito da estatal”, afirma o delegado da PF Filipe Hille Pace, em relatório à Justiça Federal.

Conexões – Nas eleições do ano passado, Delphim fez dobradinha de campanha com o senador Lindbergh Farias (PT), candidato derrotado ao governo do Rio e alvo de inquérito da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Ele arrecadou menos de 40.000 reais e conseguiu apenas 2.005 votos, não sendo eleito.

Apesar do apoio de Lindbergh, Delphin foi filiado ao PSDB e trabalhou como chefe de gabinete e assistente parlamentar do ex-deputado estadual tucano Ademir Melo, atualmente no PSD. Ele é próximo da deputada estadual Aspásia Camargo (PV), de quem foi aluno.

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