Kassab tenta ajudar Serra a atrair apoio de evangélicos
Candidatos disputam apoio de líderes religiosos em igrejas e templos da capital
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), tenta aproximar o candidato a sua sucessão, José Serra (PSDB), de líderes evangélicos que foram beneficiados por atos de sua gestão. Kassab estabeleceu boas relações com as igrejas Renascer em Cristo, Mundial do Poder de Deus e Assembleia de Deus após conceder autorizações para eventos e alvarás para templos religiosos, contestados pelo Ministério Público e pela Justiça.
Nos últimos três anos, Kassab conseguiu inverter uma “guerra santa” travada pelas igrejas no início de seu segundo mandato, quando a Prefeitura fechou templos de duas instituições. Líderes religiosos admitem reservadamente que, desde então, o prefeito passou de um comportamento de “perseguição” para se transformar em um “apoiador” dos eventos evangélicos. A prefeitura nega favorecimento.
No caso da Igreja Mundial, o prefeito era tratado como inimigo há três anos. Há duas semanas, recebeu uma bênção de seus líderes ao lado de Serra.
Política na igreja – O candidato à prefeitura de São Paulo favorito dos evangélicos, no entanto, segundo as mais recentes pesquisas de intenção de voto, é Celso Russomanno (PRB). Neste domingo, ele recebeu apoio de uma ala da Assembleia de Deus que acusou o prefeito Gilberto Kassab de perseguição por fechar templos evangélicos sem alvará.
Russomanno subiu ao púlpito do Ministério de Santo Amaro da igreja, recebeu uma bênção diante de um público de 500 pastores e prometeu que, se eleito, não fechará nenhum templo. Líder político dessa ala da Assembleia de Deus, o evangélico Renato Galdino pediu a seus pastores “renovação” na cidade.
“Quando nós chegamos a um departamento da prefeitura, muitas vezes somos desprezados. Subentende-se que é preciso uma mudança na qual possamos ter o nosso templo”, disse.
O presidente estadual do PRB, Vinícius Carvalho, que é pastor da Igreja Universal, fez coro. “É o momento de tirarmos esse espinheiro que tem dominado o povo e de colocarmos para governar a cidade uma pessoa temente a Deus”, afirmou.
Russomanno disse aos líderes religiosos que “não quer e não vai” fechar nenhuma igreja. “A política deve ser de orientação aos pastores para que regularizem sua situação – não perseguindo, não fechando as igrejas, porque isso é um absurdo”, disse ao Grupo Estado, após o culto.
(Com Agência Estado)