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Juíza envia investigações sobre a máfia da merenda para a Justiça Federal

Com a decisão, Polícia Federal e Ministério Público Federal podem assumir as investigações da Operação Alba Branca

Por Rafaela Lara
15 jun 2016, 20h38

A juíza Vanessa Barbosa, da comarca de Bebedouro, no interior de São Paulo, encaminhou parte das investigações das fraudes nos contratos da merenda no Estado de São Paulo à Justiça Federal. A magistrada aceitou o argumento do Ministério Público de São Paulo de que uma parcela significativa dos recursos desviados é federal, transferida pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e por isso a competência sobre a investigação é do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

De acordo com o levantamento realizado pela promotoria paulista, 92,72% do dinheiro pago entre 2011 e 2015 à Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), centro do esquema de corrupção, são advindos do governo federal. O valor corresponde a 36 milhões de reais. O restante dos recursos desviados vem dos cofres das prefeituras e do governo estadual.

Na decisão, do dia 3 de junho, a juíza ressalta que “quase a totalidade da verba pública envolvida nas infrações penais ora apuradas é de natureza federal, forçoso o reconhecimento da incompetência deste Juízo Estadual para, doravante, apreciar, processar e julgar os crimes perquiridos neste Inquérito Policial e autos conexos”.

Segundo o promotor Leonardo Romanelli, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Ribeirão Preto (SP), “é possível que o MPF queira montar uma força-tarefa juntamente com a Justiça Federal para dar continuidade às investigações”.

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Citado na delação premiada do lobista Marcel Ferreira Júlio, principal operador do esquema de corrupção, como beneficiário de propina sobre os contratos fraudados de fornecimento de merenda escolar, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado estadual Fernando Capez (PSDB), não será atingido pela decisão de Vanessa Barbosa. Como tem foro privilegiado, Capez é investigado pela Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo e responde ao Tribunal de Justiça paulista. O tucano nega com veemência que tenha participado das fraudes.

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Operação Alba Branca – O esquema de superfaturamento e pagamento de propina em contratos de fornecimento de merenda escolar em São Paulo foi descoberto pelo Ministério Público paulista e levou à deflagração da Operação Alba Branca pela Polícia Civil, em janeiro. A operação investiga fraudes em contratos para o fornecimento de merenda em troca de propina para agentes públicos.

A “máfia da merenda”, como ficou conhecida, atuava em pelo menos 22 cidades do interior e da região metropolitana de São Paulo. Integrantes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que comandavam o esquema sob direção de Cássio Chebabi, já confirmaram em delações premiadas o envolvimento de funcionários públicos paulistas e políticos.

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