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Governo manobra e adia audiência de Tuma Jr. na Câmara

Ex-secretário nacional de Justiça afirma em livro que recebeu ordens para produzir dossiês contra adversário do governo Lula enquanto esteve no cargo

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 dez 2013, 11h49

Em uma ação comandada pela base do governo, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados adiou a votação do pedido de audiência com o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Junior. Agora, o depoimento de Tuma Jr. – se aprovado – só deverá ocorrer no ano que vem. A manobra governista também conseguiu transformar a convocação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, em um convite – o que, na prática, significa que ele prestará depoimento aos parlamentares apenas se quiser.

Conforme revelou VEJA, Tuma Junior afirma em seu livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado”, que chegará às livrarias nesta semana, que recebeu ordens enquanto esteve no cargo para “produzir e esquentar” dossiês contra adversários do governo Lula. Durante três anos, Tuma Junior comandou a Secretaria Nacional de Justiça, cuja mais delicada tarefa era coordenar as equipes para rastrear e recuperar no exterior dinheiro desviado por políticos e empresários corruptos. Pela natureza de suas atividades, Tuma ouviu confidências e teve contato com alguns dos segredos mais bem guardados do país, mas também experimentou um outro lado do poder – um lado sem escrúpulos, sem lei, no qual o governo é usado para proteger os amigos e triturar aqueles que são considerados inimigos. Entre 2007 e 2010, período em que comandou a secretaria, o delegado testemunhou o funcionamento desse aparelho clandestino que usava as engrenagens oficiais do Estado para fustigar os adversários.

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Nesta quarta-feira, a análise de três requerimentos de autoria dos partidos de oposição – DEM, PSDB e PPS – foi adiada por cinco sessões de votação em plenário – prazo que se encerra durante o recesso parlamentar. A manobra foi capitaneada pelo líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), com forte respaldo da bancada do PT.

“A base montou uma tropa de choque para blindar qualquer convocação”, disse Vanderlei Macris (PSDB-SP). “Nós não estamos tratando de um personagem marginal ao poder. Estamos tratando de alguém que ocupou um cargo importante, não podemos ignorar como se nada tivesse acontecido. Essa é uma oportunidade, inclusive, para o governo dar explicações”, afirmou Stepan Nercessian (PPS-RJ).

Ainda nesta quarta-feira, outros pedidos de convocação de Carvalho e o convite a Tuma também deverão ser votados pela Comissão de Segurança Pública da Câmara.

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