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Entregas de combustíveis já são feitas sem escolta da PM

Motoristas encontram dificuldade para abastecer; situação deve se normalizar em até seis dias. Ministério Público abriu inquérito para investigar paralisação

Por Renato Jakitas
8 mar 2012, 12h39

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) informou no início da tarde desta quinta-feira que os caminhoneiros já estão fazendo normalmente, sem escolta da Polícia Militar, as entregas de combustíveis em postos de gasolina de São Paulo. Com o fim da paralisação, que durou três dias em protesto pela restrição ao tráfego na Marginal Tietê, os motoristas autônomos voltaram a fazer entregas na noite desta quarta-feira.

Na madrugada e na manhã desta quinta, a PM chegou a escoltar motoristas. Mas, segundo o Sindicom, como não havia mais piqueteiros nos locais de distribuição, a atuação da polícia não está sendo mais necessária. “As associadas estão operando normalmente em todas as bases de distribuição da Grande São Paulo. Embora a Polícia Militar ainda continue disponibilizando escoltas, as entregas de combustíveis estão sendo feitas sem proteção policial”, informou o presidente do Sindicom, Alísio Vaz, em nota.

O sindicato e a PM vão monitorar as entregas durante todo o dia. A estimativa é que o abastecimento volte ao normal em um prazo de três a seis dias, estimam o Sindicom e o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do estado de São Paulo (Sincopetro), que representa os postos de gasolina. Há 2 100 postos só na capital.

O Ministério Público abriu inquérito na noite de quarta-feira para apurar eventuais irregularidades na paralisação. O promotor Fabrício Tosta de Freitas é o responsável pelo caso. Ele vai encaminhar nesta quinta-feira ofícios para prefeitura e para os sindicatos solicitando informações. Na prática, portanto, a investigação começa nesta quinta. O Procon recebeu mais 22 denúncias de abuso de preço devido à escassez de produtos. Na quarta, o órgão contabilizou 178 denúncias de consumidores.

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Dificuldade – Os consumidores ainda enfrentam dificuldade para abastecer mesmo com o fim da greve. O presidente do Sincopetro, José Albertou Gouveia, está fazendo uma ronda nos postos desde cedo. “Os caminhões já começaram a sair das distribuidoras, mas o processo é muito vagaroso. O produto, quando chega no posto acaba em duas ou três horas”, disse ao site de VEJA.

Na manhã desta quinta, a reportagem do site de VEJA percorreu quatro postos nas Zonas Norte e Oeste de São Paulo. Em apenas um dos locais visitados, um posto na Avenida Braz Leme, na Zona Norte, havia gasolina.

O posto recebeu 15 000 litros de gasolina e 15 000 litros de álcool por volta de 5 horas. A média de vendas é de 600 litros de combustível por hora. Nesta quarta, o número saltou para 1 000 litros por hora. “Tem cliente vindo da Bela Vista para comprar gasolina aqui”, disse o gerente André Moreira.

Foi caso do diretor comercial Sidnei Teixeira Leite. Ele mora na região da Avenida Paulista e dirigiu até a Zona Nortem em busca de combustível. “Passei por uns quatro postos que conheço e este era o único com gasolina”.

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Em um posto na Avenida Pacaembu, na Zona Oeste, o estoque de 50 000 litros de gasolina acabou em duas horas. “Eu trabalho há 25 anos nessa área e nunca tinha visto uma crise desse tamanho”, disse o gerente Adeildo Severino Barbosa.

A administradora de empresas Alessandra Bigio, com o tanque na reserva, não teve sorte. Com três carros em casa, ela tomou uma medida drástica: “A ordem lá em casa é fazer tudo a pé. Os motoristas só podem pegar o carro para levar e buscar as crianças na escola”.

Um outro posto na Barra Funda visitado pela reportagem também não era uma boa opção nesta manhã.”Não tenho nem gasolina nem álcool há dois dias, só diesel. Acabei de falar com a distribuidora e não nos deram previsão de entrega de combustível. Acho que para nós hoje não chega”, disse, resignada, a gerente Regina Soares.

Tudo normalizado – Já o posto da Avenida Alfredo Pujol, em Santana, onde um gerente foi preso na quarta, abaixou os preços nesta quinta após uma operação da Polícia Civil. O preço do litro da gasolina comum chegou a 4,999 na quarta e baixou para 2,699 reais nesta quinta. A gasolina aditivada, que chegou a ser vendida a 4,999 o litro, voltou aos 2,799.

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Preço regularizado, mas combustível em falta pela manhã.”Não tem gasolina e nem álcool, mas está tudo normalizado no preço”, disse o frentista Lourival Pedro Martins, que trabalha no local há cinco anos.

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