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Empreiteiro que denunciou cobrança de propina em Teresópolis pede proteção policial para a família

Dono da construtora RW, que prestou depoimento ao Ministério Público relatando irregularidades, afirma que sua segurança está em risco

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 ago 2011, 18h00

“Eu fui de livre vontade ao Ministério Público Federal fazer este depoimento. Fui porque não recebi o pagamento pelos serviços prestados e por ter o pagamento da dívida da prefeitura com minha empresa condicionado ao pagamento de propina a agentes da prefeitura”, disse Oliveira

O dono da RW Construtora e Consultoria Ltda, José Ricardo de Oliveira, pediu nesta segunda-feira, durante depoimento à CPI da Assembleia Legislativa do Estado Rio de Janeiro (Alerj) que investiga desvio de recursos destinados à reconstrução de cidades da região serrana do Rio, proteção para ele e a família. “Esse depoimento (ao Ministério Público) não deveria ter vazado, pois está em jogo minha integridade e de minha família”, afirmou. Foi Oliveira quem trouxe à tona o esquema de corrupção na prefeitura de Teresópolis após as chuvas de janeiro que deixaram mais de 900 mortos.

Em troca de perdão judicial, o empresário contou ao Ministério Público que a tragédia fez com que a ‘taxa’ de propina paga aos secretários municipais subisse de 15% para 50%. Esse aumento foi decorrente da circulação de grande quantidade de dinheiro que chegaria à cidade e pela brecha de dispensa de licitação nas obras emergenciais.

Ele disse ter participado da reunião ocorrida na Secretaria de Planejamento de Teresópolis, logo após a enxurrada, quando milhares de corpos desaparecidos ainda eram procurados. Foi nesse momento que se estabeleceu a elevação da taxa da propina. Na CPI, o empresário afirmou ter dito na ocasião que não toparia esse aumento no valor. A empresa, então, deixou de receber do município e a divida alcançou, segundo o empresário, 1,5 milhão de reais.

Na Alerj, Oliveira confirmou o que já havia dito ao MP ao confirmar sua participação no esquema. “Eu fui de livre vontade ao Ministério Público Federal fazer este depoimento. Fui porque não recebi o pagamento pelos serviços prestados e por ter o pagamento da dívida da prefeitura com minha empresa condicionado ao pagamento de propina a agentes da prefeitura”, disse Oliveira. Ele contou ser necessário ter que pagar propina para poder receber pelos serviços prestados.

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O gerente jurídico da Vital Engenharia, Cláudio Pontual, do grupo Queiroz Galvão, negou qualquer participação da empresa em esquemas de pagamento de propina. Ele também foi ouvido nesta segunda-feira durante a CPI.

Crea – Na sexta-feira da semana passada, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) alertou para a proximidade de uma possível nova catástrofe na região serrana. O presidente do Conselho, Agostinho Guerreiro, frisou que o período de seca está acabando e o tempo das chuvas recomeçará em outubro. Em relatório produzido pelo conselho, são pedidas três ações básicas e simples- quase rudimentares- para serem executadas em um curtíssimo prazo. São elas: a implantação de sirenes nas principais áreas atingidas pelas chuvas do início do ano, a implantação de um sistema de aviso prévio às prefeituras da região serrana e a construção de abrigos. O documento foi entregue na própria sexta ao Ministério Público.

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