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A tragédia e a tragédia de Teresópolis

Cidade serrana tem o terceiro prefeito em uma semana e população teme uma nova catástrofe, com a chegada da época das chuvas

Por Da Redação
8 ago 2011, 13h37

Se fosse na Sucupira de Odorico Paraguassu, o afastamento de um prefeito, a morte do vice e a posse de um interino suspeito de irregularidades, em um intervalo de três dias, seriam episódios dignos de comédia. Mas a situação real de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, é gravíssima. A cidade teve bairros inteiros varridos pelo temporal de janeiro deste ano, quando mais de mil pessoas desapareceram na serra fluminense, e, como alerta o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio (CREA-RJ) está em contagem regressiva para novos deslizamentos de terra, quando, daqui a dois meses, voltam as chuvas.

A tragédia ‘natural’ – se é que pode-se aceitar com naturalidade a morte de centenas de pessoas que ocupavam áreas de risco bem conhecidas dos gestores públicos – foi agravada pela má gestão. Nas últimas décadas, prefeituras e estado fecharam os olhos e, em alguns casos, estimularam a ocupação de áreas de encosta e o leito de rios.

Agora, Teresópolis se vê amarrada a um dramático ciclo de penúrias que atravanca a já bastante complexa situação de desabrigados e moradores em situação provisória. O prefeito Jorge Mario Sedlacek foi afastado, por votação da Câmara Municipal, depois de uma investigação do Ministério Público Federal encontrar indícios de desvio de recursos destinados à reconstrução da cidade. Teresópolis recebeu 7 milhões de reais da União, e, diante das suspeitas, a Controladoria Geral da União mandou bloquear as contas e a devolução do que havia sido repassado para a prefeitura.

Jorge Mario resistiu a deixar o cargo, e a posse do vice, Roberto Pinto, se deu sob proteção da Polícia Militar, na sexta-feira. A pressão sobre o prefeito em exercício não deve ter sido pouca, e nem deu tempo de a cidade conhecer o que ele encontrou – ou não encontrou – no gabinete. Um enfarto fulminante matou Roberto Pinto na madrugada de domingo.

O novo prefeito interino é o presidente da Câmara de Vereadores, Arlei de Oliveira Rosa, do PMDB. Por enquanto, o que há contra ela não justifica um afastamento. Mas a população de Teresópolis não está satisfeita com a ficha corrida de Arlei. De acordo com o jornal ‘O Globo’, Arlei responde a processo na Justiça por ter vendido um Chevette – carro que a Chevrolet fabricou no Brasil até 1993 – com débitos de multas e de IPVA. Em outro processo citado pelo jornal, a Ampla, concessionária de distribuição de energia que opera no interior do estado do Rio, tenta uma reintegração de posse de parte de um lote que teria sido ocupado irregularmente por um ‘puxadinho’ construído por ordem de Arlei.

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