Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Em Vitória, a última esperança do PPS nas capitais

Na única capital em que a base do governo está fora do segundo turno, Luciano Rezende, do PPS, tenta quebrar o ciclo de seis mandatos divididos entre petistas e tucanos. Luiz Paulo Vellozo Lucas, do PSDB, tem o apoio de Paulo Hartung, do PMDB

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 out 2012, 18h17

No primeiro turno, a eleição em Vitória não recebeu grande atenção dos caciques da política nacional. A etapa final, a ser decidida no próximo domingo, no entanto, é importante para os projetos futuros de PSDB e PPS. O embate acontece entre dois ex-aliados – Luciano Rezende, do PPS, que aparece em vantagem nas pesquisas feitas no segundo turno, e Luiz Paulo Vellozo Lucas, do PSDB. Os 255.367 eleitores decidirão se o PPS terá pelo menos uma capital ou se os tucanos vão abocanhar mais uma zona de influência – o partido conquistou uma no primeiro turno e disputa oito capitais. O que é certo, pelo desenrolar da disputa deste ano, é que a base do governo federal volta a perder espaço em Vitória.

Apesar de a prefeitura ser do petista João Coser, o histórico de votações dos aliados de Dilma é ruim na capital. Em 2010, na disputa para a presidência, Marina Silva venceu, José Serra ficou em segundo e Dilma foi a terceira colocada. Este ano, a candidata petista Iriny Lopes, ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, também amargou a terceira colocação, resultado em parte atribuído à baixa popularidade e ao desempenho morno do governo de João Coser, do PT.

Os dois candidatos, que caminharam juntos em eleições passadas, têm trocados golpes duros desde o primeiro turno. No começo da campanha, o tucano era apontado como o favorito, mas terminou em segundo lugar, com 36,9% dos votos – Rezende teve 39,14%. A aposta do PPS em Vitória é alta. “Hoje, o partido todo está olhando para o Espírito Santo”, afirma o presidente do partido, o deputado federal Roberto Freire, que vê nessa eleição a possibilidade de a legenda mostrar um projeto autônomo.

O desgaste do PT vem de uma conta desfavorável para Dilma entre os eleitores capixabas. Contribuem para isso o atraso na concessão do trecho da BR 101 que passa pelo Espírito Santo, a descontinuidade das obras de dragagem dos terminais portuários e a posição do governo federal na guerra dos portos – incentivos que permitem atrair importações a partir de Vitória.

O somatório de insatisfações faz Vitória ser a única capital do país disputada, no segundo turno, entre dois partidos de fora da base de Dilma Rousseff. Cada um a seu jeito, os candidatos tentam se mostrar opostos à gestão petista de Coser. O tucano Luiz Paulo, que foi prefeito por oito anos, está amparado pelo ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung, do PMDB. Para o eleitor, é difícil entender Luiz Paulo como uma candidatura de ruptura com a atual gestão: o vice de Coser é o peemedebista Tião Barbosa; e também é peemedebista o candidato a vice de Luiz Paulo, Haroldo Rocha.

Continua após a publicidade

Rezende, do PPS, teve a candidatura viabilizada pelo atual governador, Renato Casagrande, do PSB, responsável por articular também o apoio do PP e do PR. A tentativa de Rezende é de se vender como o ‘novo’, capaz de sepultar a alternância entre PT e PSDB no poder de Vitória há seis mandatos. Mas a novidade do PPS também não é tão fácil de engolir: Rezende foi secretário de duas pastas na gestão do hoje rival Luiz Paulo.

“Temos um processo interessante em Vitória. A novidade é haver uma disputa municipal entre os partidos, mas com a preservação da unanimidade em relação ao governo estadual. É um novo xadrez. Apesar de os grupos de Hartung e Casagrande disputarem nas cidades, não houve quebra da unanimidade em torno do governo do estado”, afirma Roberto Simões, do departamento de Políticas Públicas da Universidade Federal do Espírito Santo.

“É possível fazermos uma analogia com o que acontece com o PSB nacional. O partido cresceu e ora aparece com Aécio Neves, ora com o PT. Provavelmente, estão buscando um cacife maior na aliança com a Dilma. Casagrande, Hartung e o senador Magno Malta (cujo partido, PR, está na chapa de Rezende) buscam lastro político para saber qual é a fatia de cada um no bloco da unanimidade. Não há rompimento. Quando muito, um estremecimento”, afirma Simões.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.