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Doleiro indica R$ 3 mi de propina para auxiliar de Roseana

Youssef deu detalhes do envio de dinheiro em acordo de delação premiada com a Justiça; esquema de 'propina delivery' abasteceu o Maranhão

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 jan 2015, 16h20

O doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do escândalo do petrolão, confirmou aos investigadores da Operação Lava Jato que pagou 3 milhões de reais em propina ao chefe da Casa Civil no governo de Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão. Segundo o doleiro, o beneficiário do dinheiro, João Abreu, negociou com ele e com a empresa Constran o pagamento de um precatório de mais de 110 milhões de reais e, por isso, teria recebido a propina no começo do ano passado.

Por meio de escutas, os investigadores descobriram que Youssef negociava o pagamento de precatórios do governo do Maranhão à empresa Constran. A dívida era de 113 milhões de reais e dizia respeito a serviços de terraplanagem e pavimentação da BR-230 contratados na década de 1980. Em um e-mail obtido pela Justiça, Walmir Pinheiro, da UTC Engenharia, comemora o pagamento da primeira parcela do precatório e resume: “Agora é torcer para que o Maranhão honre com as demais parcelas”.

Não é a primeira vez que o governo de Roseana Sarney, que não disputou a reeleição ano passado, é citado no esquema bilionário de lavagem de dinheiro investigado na Operação Lava Jato. O nome da ex-governadora aparece no escândalo desde o início da operação policial, em março do ano passado. Conforme mostrou VEJA, além das negociações para o pagamento da dívida judicial com a Constran, Roseana Sarney foi citada como beneficiária de propina no acordo de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. VEJA também revelou que o braço direito de Youssef, Rafael Ângulo Lopez, foi pelo menos três vezes ao Maranhão para entregar propina. Colou ao corpo 300.000 reais em cada embarque.

No caso da propina pelo pagamento do precatório, a Polícia Federal monitorou os passos de Alberto Youssef e do corretor Marco Antonio de Campos Ziegert. Para os policiais, há indícios obtidos em câmeras de segurança de um hotel em São Luís de que o doleiro e Ziegert teriam trocado malas de dinheiro. Na sequência, Ziegert pediu que a recepção do hotel entregasse a Milton Durans, motorista da Casa Civil do governo do Maranhão, uma caixa de papelão repleta de dinheiro de propina.

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Em seu acordo de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef disse que o precatório estava sendo negociado por 40 milhões de reais pelo então chefe da Casa Civil do Estado do Maranhão, João Abreu, e pela contadora de Youssef na época, Meire Poza. Pelo acordo, o valor do precatório seria parcelado em 24 prestações, João Abreu receberia 3 milhões de reais de comissão.

Em decisão sobre o caso, o juiz Sergio Moro autorizou nesta terça-feira o compartilhamento das revelações de Youssef sobre o Maranhão com o novo governado do Estado, comandado por Flávio Dino (PCdoB). Para o juiz, “há indícios de que teria havido ajuste de pagamento de vantagem indevida a servidores públicos” e provas do pagamento de propina, como cópia de mensagem eletrônica enviada pela UTC/Constran a Alberto Youssef, parabenizando-o pela “concretização do acordo com o Gov MA” e vídeos que mostram que Youssef e o corretor Marco Antonio de Campos Ziegert trocam malas com dinheiro em um hotel de São Luís.

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