Deputados pedem intervenção da PF nas investigações do caso Amarildo
Grupo de oposição a Sérgio Cabral na Alerj pede ajuda ao Ministério da Justiça para que seja solucionado o desaparecimento do pedreiro na favela da Rocinha
Um grupo de quatro deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pediu ao Ministério da Justiça que a Polícia Federal intervenha nas investigações do caso Amarildo. O pedreiro desapareceu no dia 14 de julho, depois de ter sido conduzido por policiais militares de sua casa até a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. O documento enviado ao ministério da Justiça é assinado por Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), Clarissa Garotinho (PR), Geraldo Pudim (PR) e Paulo Ramos. Os quatro fazem oposição ao governador Sérgio Cabral.
A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil trabalha com duas hipóteses: Amarildo teria sido assassinado por PMs ou por traficantes. Quatro soldados da UPP da Rocinha são investigados – todos foram afastados e estão cumprindo funções administrativas. Em depoimento, o major Edson afirmou que Amarildo foi liberado, na noite de 14 de julho, após prestar depoimento. Mas as câmeras da sede da UPP, que poderiam comprovar a versão do comandante, estavam quebradas.
Troca de comando – O comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), coronel Frederico Caldas, anunciou nesta semana que vai trocar o comando da UPP da Rocinha. A versão oficial da PM é que a saída do major Edson Santos faz parte de uma grande mudança que atingirá os comandos de todas as unidades.
Nos bastidores, porém, comenta-se que o sumiço do morador da Rocinha – visto pela última vez no dia 14 de julho sendo levado por agentes da unidade – tornou a permanência do major insustentável. A polícia não anunciou o nome do substituto, que chegará à função com uma missão urgente: recuperar a desgastada imagem da UPP. A troca, mesmo que tardia, seria uma tentativa de amenizar o grito das ruas, que a cada novo protesto cobra explicações para o caso.
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