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Delator que levou propina a Duque e Barusco pagará multa de R$ 1,3 milhão

Engenheiro Shinko Nakandakari detalhou às autoridades como distribuiu propina a mando de executivos da Galvão Engenharia, empresa que integrava o Clube do Bilhão das empreiteiras

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 fev 2015, 20h51

O engenheiro Shinko Nakandakari, que assinou acordo de delação premiada para colaborar com a Justiça no escândalo do petrolão, se comprometeu com o Ministério Público a pagar multa de 1,3 milhão de reais como ressarcimento aos cofres públicos e deverá cumprir até um ano e quatro meses de prisão em regime semiaberto. A multa de 1,3 milhão de reais pode ser parcelada em até cinco vezes de 260.000 reais – como garantia, o delator ofereceu um apartamento duplex em São Paulo. As condições fazem parte do termo de colaboração premiada assinada por Nakandakari.

Apontado como o carregador de propina da empreiteira Galvão Engenharia no escândalo do petrolão, o delator revelou às autoridades que pagou 4,4 milhões de reais ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e 1 milhão de reais ao ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque entre julho de 2011 e março de 2012. Por meio da empresa Contreras, sócia da Galvão Engenharia, outra parcela da propina desviada da Petrobras – 1,5 milhão de reais – foi repassada a Barusco entre 2009 e dezembro de 2010.

Em depoimento a procuradores que atuam na Operação Lava Jato, Shinko Nakandakari já havia admitido, no acordo de delação, ter repassado propina a Duque, Barusco e ao ex-gerente-geral de refinaria Abreu e Lima Glauco Legatti em troca de contratos com a estatal. Em todos os casos, disse, o pagamento de dinheiro sujo foi autorizado e definido previamente pelos executivos Dario Galvão (presidente da Galvão Engenharia), Erton Medeiros (diretor da empreiteira) e Luís Augusto Disfrutti (antecessor de Erton na empresa). A Galvão Engenharia é uma das empresas integrantes do Clube do Bilhão, grupo de construtoras que fraudava contratos com a Petrobras e distribuía vantagens ilícitas a agentes públicos e parlamentares.

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Pelo acordo de colaboração com a Justiça, o engenheiro se comprometeu a informar como pagou propina a Pedro Barusco, incluindo 1,37 milhão de reais ao ex-dirigente durante as obras da refinaria Abreu e Lima, em 2010, a apontar autores e a estrutura hierárquica do escândalo do petrolão e a colaborar para a recuperação de dinheiro desviado no Brasil e no exterior. Ainda de acordo com os termos negociados com o MP, quando migrar para o regime aberto, Shinko não poderá viajar ao exterior para fins de lazer, deverá prestar 30 horas mensais de serviços à comunidade por até cinco anos, não pode frequentar casas de jogo ou prostíbulos. Se desejar, o engenheiro e sua família poderão ser incluídos no serviço de proteção a testemunhas.

No termo, o Ministério Público apresentou uma série de exigências sob risco de perda dos efeitos da delação. Ele terá suspensos os benefícios, se, por exemplo, tiver recursos não declarados no exterior, não pagar a multa compensatória ou se ficar constatado que mentiu ou omitiu fatos ao longo do depoimento. Em caso de declarações falsas, além da perda dos benefícios, ele pode ser punido com prisão de um a quatro anos, além do pagamento de multa.

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