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Defesa de Sarney e Jucá questiona STF sobre gravações

Advogado afirma que tem "absoluta convicção" que o Supremo não autorizaria um delator a gravar um ex-presidente da República e um presidente do Senado

Por Da Redação
10 jun 2016, 12h50

Na tentativa de enfraquecer os argumentos do Ministério Público Federal que possam embasar um pedido de prisão, defensores do ex-presidente José Sarney e do senador Romero Jucá (PMDB-RR) vão questionar o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a origem das gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Petição apresentada nesta quinta-feira ao Supremo pelo advogado dos peemedebistas tem como objetivo central anular as gravações feitas pelo ex-dirigente, que fechou delação premiada no âmbito da Lava Jato. “Precisamos saber se esse delator estava infiltrado com autorização ou pedido de um agente público. Tenho absoluta convicção de que o Supremo não autorizaria um delator a gravar o presidente do Senado e um ex-presidente da República no hospital, como foi feito. Partindo do pressuposto que isso foi feito sozinho ou sob a orientação de um agente público, o processo não é só nulo como grave”, afirmou o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay.

O defensor ressalta que apesar de ter pedido ao STF, ainda não conseguiu cópia do inquérito em que consta a delação feita por Machado e a íntegra dos áudios. O vazamento de trecho das gravações foi responsável pela queda de dois ministros do governo interino de Michel Temer. Entre eles o próprio Jucá que ocupou o comando do Planejamento por apenas 12 dias e Fabiano Silveira que deixou a pasta da Transparência, Fiscalização e Controle, no último dia 30 de maio.

Nos diálogos captados por Machado, Jucá fala em pacto para deter as investigações. Já Silveira discute estratégias de defesa de investigados da Lava Jato.

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Relação – O advogado de defesa de Sarney e Jucá considera também que há uma relação no modus operandi feito pelo ex-presidente da Petrobras e também pelo filho de Cérvero, Bernardo, que gravou conversas com o senador cassado Delcidio Amaral (sem partido-MS).

Os áudios registrados por Bernardo culminaram na prisão do político ocorrida em novembro do ano passado. Na ocasião, os defensores do parlamentar também recorreram ao STF para tentar anular as gravações.

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“Não estou fazendo nenhuma acusação porque primeiro eu quero ter cópia para que eu possa fazer a minha análise… Mas no caso do Delcídio temos conhecimento de que ele foi gravado sendo que existia um procurador por trás. O próprio Cerveró disse, está nos jornais, que a gravação do Delcídio foi sugestão de um procurador”, considerou Kakay.

O advogado considera ainda como “seletivo” o vazamento do pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra seus clientes e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Para ele, a iniciativa tem como objetivo fazer com que a opinião pública pressione o STF. “É uma maneira que se tem de fazer uma pressão no Poder Judiciário. Mas não acho que isso vai influenciar o ministro Teori Zavascki”.

O mesmo tipo de reação ocorreu por parte de integrantes da cúpula do Congresso e até ministros do Supremo. Entre aqueles que se insurgiram está o ministro Gilmar Mendes que classificou o vazamento como uma “brincadeira com o Supremo”.

(Com Estadão Conteúdo)

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