Datafolha: popularidade de Dilma despenca após protestos
Primeira pesquisa do instituto publicada após as manifestações no país aponta uma queda de 27 pontos na avaliação positiva do governo: de 57% para 30%
(Atualizado às 20h50)
A primeira pesquisa Datafolha divulgada após os protestos de rua que se espalharam pelo Brasil em junho mostra uma queda vertiginosa na popularidade da presidente Dilma Rousseff. O levantamento, publicado na edição deste sábado do jornal Folha de S. Paulo, aponta que a avaliação positiva do governo despencou 27 pontos percentuais em um período de apenas três semanas.
Infográfico: Em fotos e vídeos, confira a cronologia dos protestos no Brasil
Segundo os dados do instituto, 30% dos entrevistados avaliaram a administração de Dilma como boa ou ótima. No início do mês, antes das manifestações, esse percentual era de 57%. Enquanto isso, o número de brasileiros que consideram a gestão da presidente como ruim ou péssima subiu de 9% para 25%. O jornal destaca que a queda na popularidade de Dilma é a maior registrada pelo instituto desde que o ex-presidente Fernando Collor caiu 35 pontos, de 71% para 36%, quando confiscou a poupança dos brasileiros em 1990.
Ainda de acordo com o Datafolha, a deterioração da imagem da presidente não se limitou a um único grupo demográfico: a popularidade de Dilma registrou queda de mais de 20 pontos em todas as regiões do país e em todos os recortes de idade, renda e escolaridade.
Economia – O instituto também perguntou a opinião dos entrevistados sobre o desempenho da governante diante da onda de protestos. Neste quesito, as respostas se dividiram. Para 32%, Dilma teve uma postura ótima ou boa, 38% consideraram regular e 26% avaliaram como ruim ou péssima a resposta da presidente. Além da onda de insatisfação evidenciada pelos protestos, o Datafolha aponta que outros motivos para a queda são a avaliação ruim da gestão econômica do governo e a preocupação dos brasileiros com a inflação e o desemprego.
Eleições de 2014 – Embora ainda lidere as pesquisas para as eleições presidenciais de 2014, Dilma não teria mais uma disputa tranquila. Ainda de acordo com o Datafolha, a presidente agora teria de enfrentar um segundo turno. Ela é a pré-candidata que mais perdeu apoio na corrida presidencial, aponta o levantamento: a taxa de intenção de votos caiu até 21 pontos porcentuais.
O cenário mais provável para a sucessão inclui Dilma, Marina Silva (Rede), Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB). A petista, que tinha 51% das intenções de voto nos dias 6 e 7 deste mês, agora tem 30%. Marina subiu de 16% para 23% e disputaria o segundo turno. Aécio Neves, que tinha 14% ganhou três pontos porcentuais. Campos subiu de 6% para 7%.
Leia na coluna de Reinaldo Azevedo:
“Pesquisa Datafolha sobre a disputa eleitoral de 2014 simula quatro cenários, TODOS, A MEU VER, DE HORROR. Em dois deles, Dilma Rousseff (PT) disputa o segundo turno com Marina Silva (Rede). Nos outros dois, Lula vence a disputa no primeiro turno. Tá bom pra vocês?”