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CPI pode pedir busca de documentos vazados por Snowden

Em depoimento à CPI da Espionagem, o jornalista Glenn Greenwald atribuiu o atual esquema de espionagem à busca por informações econômicas

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 out 2013, 18h21

Com dificuldades para conseguir informações que permitam investigar o esquema de espionagem montado pela Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, a CPI da Espionagem pode recorrer à Justiça para conseguir um mandado de busca e apreensão e ter acesso aos documentos que o ex-agente Edward Snowden vazou para o jornalista Glenn Greenwald. O relator do grupo de investigação, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), já admite que, se o trabalho não avançar, a via judicial deve ser o caminho a ser seguido.

Além de não conseguir informações novas sobre a espionagem, os senadores devem ter dificuldade em decodificar os dados que eventualmente tenham acesso por meio judicial. O namorado de Greenwald, David Miranda, lembra que documentos e aparelhos eletrônicos apreendidos com ele em agosto no Aeroporto de Heathrow, em Londres, ainda não puderam ser decifrados. Foi o próprio Edward Snowden quem desenvolveu os códigos de proteção das informações.

“Snowden entende e conhece mais sobre esse sistema de espionagem do que qualquer jornalista e do que quase todos os peritos. Foi treinado para uma espionagem sofisticada”, disse Miranda. “O governo que quiser informações dele deve dar proteção”, completou.

Interesses econômicos – Em depoimento à CPI da Espionagem, o jornalista Glenn Greenwald atribuiu o atual esquema de espionagem à busca por informações econômicas que possam garantir vantagem ao governo dos Estados Unidos e a suas empresas. “Com certeza o grande motivo dessa espionagem é a vantagem econômica e industrial. Sem dúvida o propósito principal desse esquema de espionagem não é combater o terrorismo nem preservar a segurança nacional”, afirmou ele aos senadores.

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Greenwald informou que, apesar dos discursos isolados de autoridades americanas, tanto Estados Unidos quanto Canadá, Inglaterra, Nova Zelândia e Austrália fazem a mesma espécie de espionagem desenvolvida pela China e criticada anteriormente por esses países. “Os ‘five eyes’ estão fazendo exatamente a mesma coisa. Isso mostra como o governo dos Estados Unidos e da Inglaterra estão mentindo muito”, relatou.

“O sistema de espionagem dos Estados Unidos é o mais forte do mundo. É muito difícil se proteger desse sistema. A NSA não está brincando. Não está fazendo espionagem contra a Petrobras para nada. Não sei o objetivo, mas a NSA sabe. [O governo brasileiro] Precisa seguir com a pressão para que o governo dos Estados Unidos divulgue isso”, opinou o jornalista.

À CPI, Greenwald informou ainda que Alemanha, França e Itália, por exemplo, não são apenas vítimas do monitoramento clandestino de dados, já que também atuaram em parceria com a NSA em situações específicas, como no envio de tropas ao Afeganistão, por exemplo. Miranda afirmou que, por ora, não há registros de que o governo brasileiro tenha participado, em algum momento, de projetos de espionagem com a NSA.

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