O governo montou uma estratégia nesta quinta-feira para barrar o avanço da proposta que enxuga a quantidade de ministérios no governo da presidente Dilma Rousseff, passando de 38 para vinte pastas. Durante votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma sequência de manobras regimentais, como apresentação em série de requerimentos protelatórios, impediu a votação da matéria. Após um acordo entre os membros do colegiado, a votação foi marcada para a próxima quarta-feira. O novo adiamento representa mais um revés para o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que na noite de quarta-feira também não conseguiu votar o projeto da terceirização. Cunha é autor da proposta que reduz a quantidade de ministérios e, embora tenha acionado suas bases na CCJ, tem encontrado dificuldades para fazer o tema avançar. Nesta quinta, o tamanho do PMDB no governo foi colocado como um fato incoerente para o projeto de Cunha. “O PMDB não está aqui hoje. Está prestigiando a posse de mais um ministro, Henrique Eduardo Alves. O partido que ganhou dois ministérios em um mês banca a redução. É o cálculo das arábias: reduz para aumentar”, ironizou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que, apesar de representar na comissão um partido que entregou os cargos no governo, entrou em obstrução contra a matéria. Líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ) rebateu: “Queremos acabar com a farra de ministérios e cortar gastos no momento em que o Brasil passa por dificuldades na economia, com pessoas perdendo emprego e a inflação elevada”. Deputados que defendem a matéria conseguiram negociar e, para a próxima votação, ficou acordado que nenhum partido entrará em obstrução. (Marcela Mattos, de Brasília)
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