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Cardozo admite encontros com advogados, mas diz que agiu dentro da lei

Reportagem de VEJA desta semana revelou que o ministro da Justiça se lançou numa ofensiva para acalmar as empreiteiras envolvidas no petrolão

Por Gabriel Castro, de Brasília
19 fev 2015, 17h19

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu nesta quinta-feira o que já não pode mais disfarçar: com as investigações da Operação Lava Jato a pleno vapor, ele se reuniu com o advogado Sérgio Renault, que defende o empresário Ricardo Pessôa, apontado como o chefe do Clube do Bilhão. Mas é preciso certa dose de boa vontade para engolir a tese de Cardozo: apesar de confirmar o encontro, ele negou que a conversa tenha enveredado para a Lava Jato.

A edição desta semana de VEJA mostra que o ministro afirmou ao advogado que a operação sofreria uma guinada e que políticos da oposição entrariam no foco dos investigadores. Hoje, Cardozo afirmou que encontrou Renault por acaso após se reunir com o ex-deputado petista Sigmaringa Seixas para tratar de assuntos pessoais.

O ministro diz que o diálogo com Renault, que é seu amigo há três décadas, durou três minutos e ocorreu na antessala de seu gabinete. “O doutor Sérgio Renault estava sentado no sofá com uma mochila do lado. Conversamos rapidamente com as portas abertas e não falamos nada de Lava-Jato, absolutamente nada”, afirmou o ministro durante balanço da operação de carnaval da Polícia Rodoviária Federal.

Cardozo disse que advogados têm o direito de serem recebidos por autoridades públicas. “Advogado não é cliente, advogado não está sendo acusado”, afirmou ele, que também rechaçou o que chamou de “criminalização” da advocacia.

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“Em nenhum momento dessa reunião com a Odebrecht tocou-se na possibilidade do governo ajudar a libertação de presos, na minha avaliação judicial do que poderia acontecer no futuro, de quais pessoas poderiam estar envolvidas numa delação premiada”, disse o ministro nesta quinta. “Eu disse: ‘me façam uma representação que eu apuro’. A quem eles tinham que dirigir essa representação. Ao juiz? Não. Ao Ministério da Justiça, porque a Polícia Federal está subordinada ao Ministério da Justiça.”

O ministro ainda tentou explicar o vácuo de aproximadamente oitenta dias na divulgação de sua agenda na página oficial do ministério: “Foi um erro, infelizmente, do setor de informática, que não fez os ajustes que tinha que fazer”.

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Cardozo evitou responder ao ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que pediu sua demissão por causa de seus encontros com advogados de empreiteiras investigadas. “Eu tenho dito que o ministro Joaquim Barbosa tem total direito de falar aquilo que ele acha. É uma opinião dele. Eu respeito”, afirmou.

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