Campanha de Russomanno vai tirar do ar ataques a católicos

Candidato reuniu-se neste sábado com o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, para selar a paz após duas semanas de troca de farpas

Por Carolina Freitas
22 set 2012, 22h18

Entre xícaras de café e bolinhos de chuva, foi selada a paz entre o candidato do PRB à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, e o arcebispo da cidade, Dom Odilo Scherer, neste sábado. Após duas semanas de troca de farpas, o candidato foi recebido pelo líder da Igreja Católica e contou, em um encontro de duas horas, sobre suas experiências como coroinha e sacristão. Garantiu ainda que, se eleito, guiará suas decisões sem influência dos evangélicos. A campanha e o partido de Russomanno são comandados por bispos da Igreja Universal. Leia também: Religião domina debate na corrida eleitoral em São Paulo Russomanno se irrita ao ser questionado sobre a Universal Bispa Sônia entra na campanha de Russomanno Celso Russomanno a VEJA: “Eu dou audiência” A controvérsia com a Igreja Católica começou quando veio à tona um texto de Marcos Pereira, presidente do PRB, coordenador da campanha de Russomanno e bispo licenciado da Universal. O artigo responsabiliza a Igreja Católica pela distribuição em escolas brasileiras do chamado “kit gay” – material didático de combate à homofobia. “Estamos vivendo a política da catequização da Igreja de Roma e, por isso, certamente, estamos vivendo os últimos dias”, diz o artigo publicado no blog de Pereira. Para selar a paz com Dom Odilo, o presidente do Conselho Político da campanha de Russomanno, deputado Campos Machado prometeu que pedirá a Marcos Pereira para retirar o texto do blog. “Não faz sentido nesse momento manter o artigo no ar”, disse ao site de VEJA Campos Machado, que participou da reunião deste sábado. “Tenho certeza que meu amigo Marcos Pereira entenderá.” O texto do presidente do PRB provocou uma reação de Dom Odilo, que divulgou na semana retrasada uma carta acusando o partido de “fomentar a discórdia” na eleição. Depois disso, Russomanno faltou a um debate entre candidatos promovido pela Arquidiocese de São Paulo. A condição do candidato para comparecer ao evento era ter, antes, uma reunião com Dom Odilo. O arcebispo, no entanto, disse estar com a agenda cheia e só agora recebeu Russomanno. “Saímos todos felizes, sorridentes e satisfeitos”, afirmou Campos Machado.