Câmara do Rio deve ser desocupada nesta quarta-feira
Manifestantes estão há 12 dias no plenário da Casa reivindicando mudanças na composição da CPI dos Ônibus.Grupo pede que quatro dos cinco vereadores renunciem
A Câmara do Rio de Janeiro deverá ser desocupada na tarde desta quarta-feira, às vésperas de uma reunião-chave da CPI dos Ônibus, na qual serão ouvidos o atual e o ex-secretário municipal de Transportes. A decisão pela retirada dos manifestantes que estão acampados há 12 dias no plenário da Casa foi do desembargador Fernando Fernandy Fernandes, da 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça. A ordem de reintegração de posse foi concedida na noite de terça-feira.
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Na sentença, o desembargador afirma não haver necessidade de ocupar prédios públicos que não estejam preparados para isso. Por causa da ocupação, as sessões da Câmara foram prejudicadas e os trabalhos do legislativo da cidade, emperrados. Para Fernandes, se preciso for, a força policial poderá ser usada. O batalhão de Choque está preparado para entrar no prédio.
Os manifestantes, por enquanto, permanecem acampados dentro da Câmara. Do lado de fora, algumas barracas também estão montadas desde o dia 9 deste mês. Na lista de reivindicações do grupo, está o pedido pela renúncia de quatro dos cinco integrantes da CPI dos ônibus, que são Chiquinho Brazão (PMDB), Professor Uoston (PMDB), Jorginho da S.O.S. (PMDB) e Renato Mouta (PTC). Nenhum desses quatro parlamentares assinou o requerimento pedindo a instalação da CPI.
Às 10h de quinta-feira, serão ouvidos o ex-secretário municipal de Transportes Alexandre Sansão e o atual, Carlos Osório, ambos da gestão de Eduardo Paes. Será a primeira reunião da CPI aberta ao público. Nos dois primeiros encontros dos integrantes da comissão, houve confusão para definir quem ocuparia os cargos de presidente e relator e, depois, para definir a lista de pessoas a serem ouvidas – na ocasião, o vereador Elimar Coelho, do PSOL, único integrante da oposição na CPI, deixou a reunião. Os parlamentares de oposição ainda tentam manobras regimentais para conseguir mais uma cadeira na CPI, aumentando para dois o número de vereadores contrários ao grupo e Paes.
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