Em depoimento prestado ao Ministério Público, Ricardo Luiz do Carmo, engenheiro responsável pelas obras da Bancoop, afirmou que, durante a campanha eleitoral de 2002, foi chamado até a sede da cooperativa, onde recebeu instruções para recolher de empreiteiros contribuições financeiras para campanhas eleitorais do PT.
O engenheiro afirmou ter se negado a abrir conta corrente em seu nome para recebimento de tais doações. No depoimento, Carmo relata que os dirigentes da Bancoop afirmaram o seguinte: �Se as doações fossem feitas pelos empreiteiros, após as eleições presidenciais e caso Lula fosse escolhido, a Bancoop e os empreiteiros seriam beneficiados com mais empreendimentos e obras�.
O engenheiro afirmou que deu aval a notas fiscais frias. Contou também que os empreiteiros se dirigiam até a Caixa Econômica Federal, realizavam saques e repassavam os valores em dinheiro para Hélio Malheiro, então presidente da entidade.
Carmo contou que viu na sede da Bancoop uma nota fiscal da Mizu, uma das empresas investigadas no caso, no valor de 500.000 reais emitida em razão de consultoria de construção civil. �O que o depoente estranhou, porque tal valor estava sendo pago enquanto os empreiteiros recebiam muito menos, isto quando tais empreiteiros recebiam da Bancoop�, relata o depoimento.