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Administração penitenciária de Minas Gerais investiga privilégios ao goleiro Bruno Fernandes

Jogador teria usado telefone da Penitenciária Nelson Hungria para namorar e conversar sobre estratégias dos advogados

Por Andréa Silva, de Belo Horizonte (MG)
22 jul 2011, 19h28

As suspeitas de que o goleiro Bruno Fernandes de Souza tenha usufruído de regalias facilitadas pela direção e funcionários da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), serão alvo de uma investigação da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), do governo de Minas Gerais. O jogador, réu no processo de desaparecimento e morte da ex-amante Eliza Samudio, foi flagrado em conversas telefônicas com a atual namorada, a dentista Ingrid Oliveira.

As ligações teriam sido feitas de telefones da penitenciária, em dezembro de 2010. Algumas têm mais de dez minutos de duração. Nelas, o casal fala sobre as atuações de advogados (Cláudio Dalledone Júnior e Ércio Quaresma) e, em alguns momentos, de sexo. A gravação de um trecho com 8 minutos da conversa entre Bruno e a jovem foi divulgada nesta sexta pelo jornal mineiro ‘O Tempo’. As gravações teriam sido feitas com autorização da Justiça. Entretanto, a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) não confirmou a autenticidade do material.

A Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (Seds) enviou nota informando que todos os detentos do sistema prisional têm direito a ligações sociais, mediante autorização e justificativa, concedidas por “motivo relevante”. A solicitação pode ser feita pelo próprio detento, que deve explicar a necessidade de falar com a família (doença, ausência nas últimas visitas, morte, entre outros) ou apresentada, como recomendação, pela equipe técnica que acompanha o detento (médico, psicólogo, psiquiatra).

Ainda conforme a Seds, sobre a transcrição das conversas, a Suapi vai abrir um procedimento interno para apurar se houve facilitação desse benefício, por meio de algum funcionário, assim como abuso de confiança por parte do goleiro Bruno. O conteúdo das gravações que vazaram mostra que os telefonemas foram intermediados por uma funcionária da penitenciária. A mulher, em conversar com Ingrid, garante ter recebido autorização do diretor para fazer a ligação.

Na época em que supostamente ocorreu o telefonema, o diretor da Penitenciária Nelson Hungria era Cosme Dorivaldo Ribeiro Santos, afastado da direção no início do ano, após várias denúncias de irregularidades na unidade prisional.

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O TJMG informou que a legalidade da escuta só vai ser analisada no julgamento dos dois recursos em andamento, um deles contra o pronunciamento dos oito réus envolvidos na suposta morte de Eliza, que ainda não tem data para acontecer. Procurado, o advogado Cláudio Dalledone, que representa o jogador, não atendeu às ligações.

O vazamento das ligações telefônicas veio à tona após visita da Comissão de Direito Humanos, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), feita na quarta-feira. Na data, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, prestou depoimento à TV da ALMG, falando pela primeira vez sobre o sequestro de Eliza. Ele confirmou que o sangue na Ranger Rover de Bruno era mesmo da Eliza e que não havia falado nada antes, a pedido do advogado, na ocasião, Cláudio Daledone.

Macarrão também se disse inocente da acusação de assassinato da jovem e por causa da tatuagem que tem nas costa, com declarações de amizade ao jogador, de quem ainda considera “irmão”, é vítima de assédios e perseguição dos funcionários do presídio. Ele ainda afirmou que, como retaliação, para que assumisse o crime, foi transferido para uma ala de presos por crimes sexuais.

A Seds, porém, afirmou que não há, na Nelson Hungria, nenhuma ala destinada a pessoas que cometeram crimes sexuais e que o preso está em um pavilhão conhecido como “seguro”, destinado a detentos que precisam de segurança diferenciada.

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