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A emoção vai ao palanque

Marina saca da arma que era de uso exclusivo do PT e expõe a trajetória sofrida para estancar a queda nas pesquisas e brigar pela última cota de eleitores disponíveis, a dos chamados volúveis

Por Mariana Barros e Pieter Zalis
20 set 2014, 01h00

O contra-ataque veio na forma que o PT mais temia. Depois de sofrer a Blitzkrieg dilmista por vinte dias ininterruptos, Marina Silva sacou do coldre uma arma cujo poder de fogo seus adversários conhecem bem: o apelo emocional. Em um vídeo gravado durante um comício em Fortaleza e levado ao ar no seu programa eleitoral de terça-feira, a candidata dizia que passou fome e viu seus pais deixarem de comer para que os filhos pudessem dividir um ovo – e que alguém que passou por uma experiência assim jamais iria acabar com o Bolsa Família. A voz embargada da ex-senadora, as pausas estratégicas de sua fala, a eloquência da frase final (“Isso não é um discurso, isso é uma vida”) e os olhos marejados das pessoas no palanque produziram um vídeo de alta voltagem dramática – foram os dois minutos de maior impacto nas quase doze horas de programa eleitoral presidencial veiculadas na TV até aquela data, como mostrou o número de visualizações do filme na internet (67 000 até sexta-feira, recorde na campanha).

O uso da emoção em campanhas eleitorais está longe de ser algo novo, mas, no caso de Marina, ele embute um significado extra. Ao rebater os ataques do adversário com sua história de vida – menina negra e pobre, nascida em um seringal do Acre e alfabetizada aos 16 anos de idade -, ela tira do PT o monopólio da emoção e inicia um perigoso avanço no território inimigo, ao mesmo tempo em que enfraquece o discurso do medo usado pelo PT. A disseminação do boato de que Marina acabaria com o Bolsa Família – motivo do seu discurso em Fortaleza – foi parte do bombardeio petista cujos resultados apareceram na última pesquisa do Datafolha, divulgada na sexta-feira.

Pelo levantamento, a presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, abriu 7 pontos de vantagem sobre a ex-senadora no primeiro turno e diminuiu de 10 para 2 pontos a diferença no segundo. Aécio Neves, do PSDB, que chegou a ter 20 pontos a menos que Marina, agora está separado dela por 13. Na campanha de Dilma, o marqueteiro João Santana comemorou: “A Marina está derretendo”. As pesquisas internas do governo já mostravam que a estratégia de atacá-la a todo custo havia dado resultado. Para o diretor-geral do instituto, Mauro Paulino, a queda de Marina era esperada. “Pelo volume de ataques que ela sofreu, seu patamar não mudou muito.” Ele disse acreditar que o vídeo de Fortaleza deverá ter impacto junto ao eleitor, mas seus efeitos só serão sentidos na próxima pesquisa (as entrevistas do Datafolha foram feitas entre a última quarta e quinta-feira).

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