Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Zoológicos da Indonésia são um castigo para os animais expostos

Por Da Redação
1 jul 2012, 10h15

Paula Regueira Leal.

Cisarua (Indonésia), 1 jul (EFE).- Os zoológicos da Indonésia são o mais parecidos possível com uma prisão para os diversos animais que deveriam ser protegidos, mas que, ao invés disso, morrem de forma prematura por falta de cuidados.

As organizações comprometidas com a proteção da fauna denunciam que no país o pior castigo que um animal pode sofrer é o de ser exibido no zoológico de Surabaia, situado no leste da ilha de Java e no qual há vários meses morrem uma média de 15 exemplares, segundo admite o centro.

Em poucos meses, no apelidado ‘zoológico da morte’, pereceram por negligência um leão africano, um tigre de Sumatra, um cervo, um crocodilo, um dragão de Komodo, um wallaby (uma espécie de marsupial), vários pássaros e a girafa Kliwon, em cujo estômago, durante a autópsia, foi encontrada uma massa de resíduos plásticos de 20 quilos.

‘É terrível. Os zoológicos na Indonésia têm imensas carências quanto à infraestrutura, formação de pessoal e atendimento, mas o de Surabaia é o pior de todos’, diz à Agência Efe Nizar, especialista da WWF.

O especialista explica que para tentar atenuar esta situação o Governo e a WWF assinaram em junho um acordo para produzir uma completa renovação do centro, que poderia ‘transferir alguns animais ou ser privatizado’.

Os símios deste zoológico sofrem ataques de nervos devido ao estresse que o cativeiro em pequenas jaulas causa, os diferentes felinos têm aspecto esquelético por causa da desnutrição e as aves de maior tamanho carecem de espaço para abrir as asas.

Continua após a publicidade

O zoológico de Surabaia, com cerca de quatro mil exemplares, é para os grupos ambientalistas o paradigma de uma situação tolerada durante anos em muitos centros similares do país, dos quais as espécies raras que desaparecem terminam em mãos das redes indonésias dedicadas ao tráfico ilícito de animais.

Tony Sumampow, diretor do zoológico de Surabaia que as autoridades nomearam para solucionar a situação, admite que o desaparecimento de animais de suas jaulas, desde tigres a dragões de Komodo, está relacionado à comercialização de espécies no mercado negro.

De acordo com Sumampow, isso é obra de empregados desonestos, os mesmos a quem acusa de furtar carne destinada aos felinos para vendê-la.

Segundo a lei indonésia sobre ecossistemas e recursos naturais, promulgada em 1990, qualquer pessoas que comercialize espécies protegidas enfrenta uma pena máxima de cinco anos de prisão e uma multa de US$ 10 mil, o que raras vezes se aplica.

Ativistas da WWF e dos grupos ambientalistas ProFauna e Greenpeace, disseram à Efe que sua prioridade é tentar proteger os animais em seu habitat natural, e apostam na criação de uma rede de parques naturais ao longo do território indonésio, reconhecido por sua rica biodiversidade.

Yuyun Indradi, porta-voz do Greenpeace na Indonésia, considera que o modelo a seguir é o do parque natural de Taman Safari, situado nas cercanias da cidade de Cisarua, no oeste de Java.

Continua após a publicidade

‘Em minha classificação pessoal, o zoológico de Surabaia está no lugar mais baixo na Indonésia, enquanto o Taman Safari é o melhor’, avalia o porta-voz do grupo ambientalista.

O ecologista explica que na Indonésia a gestão de zoológicos por parte de empresas privadas dá melhor resultado do que quando estes são de titularidade pública, dado que nestes últimos a falta de dinheiro repercute no cuidado dos animais.

O Taman Safari, apesar de suas modernas instalações, também dispõe de um local no qual leões e tigres passam parte do dia presos e dopados para que os turistas possam tirar fotografias com eles. EFE

prl/pa/ma

(foto) (vídeo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.