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Virada histórica na Geórgia é promovida por votos de população negra

Número de afro-americanos elegíveis para votar chega a 30.000, 12,5% do eleitorado dos EUA; redutos republicanos transitam para o azul devido ao grupo

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 nov 2020, 13h47
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  • Stacey Abrams
    A líder e ex-candidata ao governo da Geórgia, Stacey Abrams (AFP/AFP)

    O estado da Geórgia, nos Estados Unidos, não apoia um presidenciável democrata desde 1992. Nesta sexta-feira, 6, no entanto, o ex-vice-presidente Joe Biden ultrapassou o republicano Donald Trump na região, apresentando vantagem de pouco mais de 4.200 votos, segundo o jornal americano The New York Times. O catalisador da mudança, mostram as pesquisas de boca de urna, foram os eleitores negros.

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    O número de afro-americanos elegíveis para votar chegou a 30 milhões em 2020, gerando um recorde de comparecimento às urnas. O movimento Back Lives Matter (“Vidas Negras Importam”) e os protestos contra a violência policial que tomaram o país após a morte de George Floyd aumentaram a mobilização política do grupo que, de acordo com o instituto de pesquisa Pew Research Center, já representa 12,5% do eleitorado dos Estados Unidos.

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    Especificamente na Geórgia, um fluxo de jovens com ensino superior para a área metropolitana de Atlanta está aumentando o número de eleitores democratas do estado. A cidade é tida como um bastião da comunidade afro-americana, elegendo prefeitos negros desde 1973, e o número crescente de eleitores do grupo demográfico está transformando suas tradicionais preferências republicanas.

    Muitos desses eleitores recém-registrados foram politicamente engajados por causa do grupo Fair Fight (“Luta Justa”), já que o voto no país é facultativo. A organização de direitos eleitorais foi fundada pela democrata Stacey Abrams, após uma estreita derrota na corrida para o governo do estado em 2018 contra o republicano Brian Kemp. Desde então, diz ter registrado mais de 800.000 novos eleitores.

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    A mudança demográfica é evidente. Segundo o Fair Fight, a população que vota na Geórgia cresceu 18% devido ao número de negros, jovens com idade entre 18 e 29 anos e mulheres solteiras. Esses grupos compõem 62% da população com idade para votar, mas apenas 53% dos eleitores são registrados.

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    Neste ano, os negros compuseram 34% – cerca de um terço – de todo o eleitorado do estado.

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    Mesmo com o cenário ainda em aberto, o desempenho de Joe Biden no tradicional reduto republicano já é considerado um feito pelo Partido Democrata. A última vez em que a legenda levou os 16 delegados do estado foi em 1992, quando Bill Clinton foi eleito presidente. Nem mesmo Barack Obama, que conquistou em 2008 nove estados que haviam votado em George W. Bush em 2004, conseguiu converter a Geórgia.

    Agora, as mudanças demográficas e a ruptura de Biden indicam que o estado será azul daqui para frente – e o fenômeno pode se repetir em muitos outros estados.

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    Do número recorde de 30 milhões de afro-americanos elegíveis para votar neste ano, mais de um terço vive em nove dos estados mais competitivos do país – Arizona, Flórida, Geórgia, Iowa, Michigan, Carolina do Norte, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin –, uma parcela maior do que os 29% do resto dos eleitores qualificados que vivem nessas regiões.

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    A Carolina do Norte votou em candidatos republicanos em nove das últimas 10 eleições – a exceção foi em 2008, quando Obama prevaleceu. Apesar da vantagem de Trump sobre Biden, que tem cerca de 76.700 votos a menos que o adversário, o tradicional antro conservador passou a ser um swing state. Lá, cerca de 22% dos eleitores elegíveis são negros.

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    O mesmo se passa no Arizona, que escolheu um presidente democrata pela primeira (e única) vez desde 1996. Apesar da proporção de eleitores negros ser menor – cerca de 5% do total –, o Pew Research Center indica que o crescimento do grupo demográfico é um dos principais fatores de transformação das preferências do estado.

    O Partido Democrata mantém uma grande vantagem entre os eleitores negros há mais de duas décadas. Neste ano, 87% dos afro-americanos preferiram Joe Biden a Donald Trump. Conforme o grupo cresce, e registra-se para votar, cada vez mais estados devem tornar-se estados-pêndulos, e cada vez mais devem adotar a nova identidade azul.

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