Vice-premiê da Austrália renuncia após escândalo sexual
Há semanas, Barnaby Joyce sofria pressões para renunciar após ser relevado que uma funcionária espera um filho seu
O vice-primeiro-ministro da Austrália, Barnaby Joyce, anunciou nesta sexta-feira sua renúncia como líder de seu partido após semanas de pressão por ter tido um relacionamento com uma funcionária, em um caso que o deixou em amplo conflito com o primeiro-ministro Malcolm Turnbull, e depois do surgimento de nova alegação de assédio sexual.
O vice-premiê disse que irá renunciar na segunda-feira como líder do Partido Nacional, legenda aliada da coalizão de centro-direita do primeiro-ministro Turnbull, após resistir a pedidos anteriores para deixar o cargo por ter tido um caso com sua ex-secretária de imprensa, Vikki Campion, que está grávida.
“Na segunda-feira de manhã eu vou renunciar como o líder do @The_Nationals e vice-primeiro-ministro da Austrália. Gostaria de agradecer a todos por oferecer o seu apoio a mim, especialmente o povo da Nova Inglaterra”, escreveu no Twitter.
O caso foi relevado pela imprensa há algumas semanas. Joyce se separou em 2017 de Natalie Abberfield, com quem se casou em 1993. O casal teve quatro filhos. Ele foi um dos defensores dos valores da família durante a campanha para a legalização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo no ano passado.
O vice-premiê afirmou que tomou a decisão para ajudar a sua família que já havia sofrido demais com o caso e para poupar sua nova companheira da exposição que vem tendo. “Isso tem que parar. Não é justo com eles”, afirmou.
Porém, Joyce permanecerá como membro do Parlamento. A decisão foi tomada após uma rixa com Turnbull, que está nos Estados Unidos para uma reunião com o presidente Donald Trump, mas se recusou a deixá-lo no comando do governo enquanto está fora do país.
Na semana passada, Turnbull chamou o caso de Joyce de um “chocante erro de julgamento”, ao que o vice respondeu chamando o primeiro-ministro de “incapacitado”. O primeiro-ministro anunciou que, após o caso de Joyce, qualquer relação sexual entre ministros e funcionários está proibida.
A renúncia também acontece após uma nova alegação de assédio sexual publicado pela ABC. Segundo a emissora, uma australiana levou a acusação ao Partido Nacional, que confirmou a história, e anunciou que levará o caso à polícia. Joyce negou ter cometido qualquer transgressão, mas reconheceu que a alegação acelerou sua decisão.
(Com Reuters)