A Justiça da Argentina acusou o ex-vice-presidente kirchnerista Amado Boudou (2011-2015) de receber viagens aéreas gratuitas de companhias aéreas privadas. O juiz Norberto Oyarbide o acusou pelo uso de um helicóptero e de um avião, das empresas privadas Ecodyma e Asas do Fim do Mundo, respectivamente, para comparecer a um evento político na cidade de Necochea, na província de Buenos Aires, em dezembro de 2011. As viagens ocorreram uma semana após Boudou assumir a vice-presiência do país, no segundo mandato de Cristina Kirchner.
Em 1º de fevereiro, o promotor Carlos Rívolo pediu ao magistrado o indiciamento de Boudou por considerar que os voos foram “presentes encobertos”. Rívolo incluiu como réus também o ex-prefeito de Necochea, Héctor Tellechea, acompanhante de Boudou em uma das viagens investigadas, e os empresários Nazareno Natale, da empresa Asas do Fim do Mundo, e Marcelo Scaramellini, de Ecodyma.
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“Considerando que foi uma viagem institucional e que o convite de Tellechea a Boudou tinha sido feito com dois meses de antecedência, é incompreensível a não utilização de alguma aeronave da frota do Estado ou, pelo menos, de algum serviço alugado”, argumentou Rívolo no pedido de indiciamento.
Além disso, a companhia Asas do Fim do Mundo não contava na época com habilitação para realizar voos comerciais e ofereceu voos promocionais.
Após chegar ao aeroporto de Necochea, o então vice-presidente argentino se deslocou até um parque da cidade em um helicóptero da empresa Ecodyma.
Boudou já é réu em outras duas ações abertas em 2014, em que é acusado de suborno passivo, e de negociações incompatíveis com seu cargo, em um processo que investiga a compra irregular de uma empresa de papel-moeda quando era ministro da Economia (2009-2011) e pela suposta falsificação de documentos de um automóvel de sua propriedade.
Segundo a imprensa local, o ex-vice-presidente, que não pode deixar a Argentina sem autorização expressa da Justiça devido aos procedimentos judiciais abertos contra ele, estava hoje no México e deverá voltar à Argentina.
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(Com EFE)