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Viagem VIP da Disney emite mais CO2 que uma pessoa produz em 1 ano

Turnê mundial pelos parque da Disney, que custa R$ 600.000 por ingresso, produz 20 vezes mais poluição do que alguém em um país de baixa renda

Por Da Redação
25 jul 2022, 16h53

A Disney oferece um pacote turístico exclusivo que custa US$ 110.000 (R$ 600.000) por ingresso. Mas o preço para o meio ambiente é muito mais alto: no passeio, são emitidas 6,2 toneladas carbonos por hóspede, 20 vezes mais do que alguém em um país subdesenvolvido produz em um ano. 

No pacote – que já está totalmente esgotado –, 75 convidados viajarão por 24 dias em 12 resorts da Disney, passando por seis países diferentes. O meio de transporte será um Boeing 757 “VIP”, acompanhado pela equipe da Disney “que [vai] fornecer histórias divertidas e cheias de fatos, permitindo que você fique imerso em todos os locais que visitar”, segundo comunicado.

Os passageiros embarcarão em Los Angeles, na Califórnia, em 9 de julho de 2023. Depois, irão de avião para São Francisco, depois para Tóquio, Xangai e Hong Kong. De lá, o grupo vai para Agra, na Índia, passando pelo Cairo e Paris. O destino final é Orlando, na Flórida, onde fica o maior e mais conhecido completo da Disney. 

O grupo Transport & Environment (T&E) descobriu que o combustível de aviação consumido pelo avião para a jornada de 31.500 quilômetros emitiria um total 462 toneladas de carbono (ou 6,2 toneladas para cada passageiro). 

Um representante da Disney disse ao jornal britânico The Guardian que a empresa vai monitorar as emissões da turnê e equilibrará a poluição com investimentos em “soluções climáticas naturais de alta qualidade”, que “ resultariam em reduções de emissões certificadas”.

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“Nossos investimentos nesses projetos também priorizam o fornecimento de benefícios, como a conservação do habitat da vida selvagem, a criação de empregos, a proteção dos recursos hídricos e a redução dos impactos de enchentes e erosão do solo”, acrescentou o porta-voz.

Ativistas ambientais apontaram que a excursão onerosa ressalta pesquisas que demonstram como indivíduos mais ricos são desproporcionalmente responsáveis ​​pela maior parte das emissões de carbono.

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Os “super emissores”, que frequentemente usam aviões como meio de transporte, representam apenas 1% da população mundial e foram responsáveis ​​por metade das emissões de carbono da indústria da aviação em 2018, segundo estudo da Universidade de Linnaeus, na Suécia.

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Além disso, americanos voaram 50 vezes mais do que a população da África, e 10 vezes mais do que as pessoas na região da Ásia-Pacífico.

Em 2019, as emissões médias anuais de CO2 per capita em países de baixa renda foram de 0,3 toneladas, segundo dados coletados pelo Banco Mundial. Globalmente, a pegada média anual de carbono foi de 4,5 toneladas per capita.

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Para que o mundo consiga atingir a meta de permanecer abaixo dos 1,5°C de aquecimento global em relação aos níveis pré-industriais, cada pessoa na Terra precisaria emitir uma média de apenas 2,3 toneladas de CO2 por ano até 2030. 

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No entanto, estudos recentes da Oxfam estimam que a pegada de carbono dos 1% mais ricos no mundo seja 30 vezes maior do que o nível compatível para manter o aquecimento global ao nível limite desejado. 

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