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Guerra de nervos

Depois de Maduro enviar tanques para a fronteira com a Colômbia, países como o Brasil acionaram um tratado que permite uma invasão conjunta

Por Fernando Molica
Atualizado em 13 set 2019, 09h59 - Publicado em 13 set 2019, 06h30

Por diversas vezes a crise em que a Venezuela está afundada há pelo menos cinco anos pareceu estar à beira de um desfecho. No ápice, em janeiro, o jovem deputado Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino, ancorado no entendimento de que as eleições que alçaram o ditador Nicolás Maduro pela segunda vez ao cargo haviam sido surrupiadas. Hoje, mais de cinquenta países reconhecem Guaidó como o mandante do país, os Estados Unidos seguem estrangulando a economia venezuelana com base em sanções e o mundo todo (ou quase) aposta na queda de Maduro — mas infelizmente ele está lá de pé, com o poder mantido pelos militares. E assim, sem solução à vista, a situação se equilibrou. Até que, na quarta-­feira 11, um grupo de doze países fez uma ofensiva no campo diplomático para aumentar a pressão internacional sobre o regime de Caracas. Na véspera, Maduro havia enviado homens e tanques à fronteira com a inimiga Colômbia. Depois de uma série de tuítes com agressões ao governo de Iván Duque — falou das “mentiras da máquina de guerra da oligarquia de Bogotá” —, o venezuelano pôs em movimento o arsenal bélico.

O novo movimento dos países que querem derrubar Maduro — entre eles Estados Unidos e Brasil —, como resposta ao ensaio de agressão, deu-­se na reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, onde eles obtiveram o direito de acionar o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar). Criado em 1947 durante a Guerra Fria, ele permite ações militares conjuntas no caso de um dos signatários ser atacado. Em outras palavras, abriu-se a possibilidade de uma invasão da Venezuela. Para os analistas, porém, não há nada que indique a solução do impasse venezuelano por essa via. “Os Estados Unidos não querem se envolver em novos conflitos armados. E ninguém sabe como ficaria a Venezuela pós-intervenção”, diz Maurício Santoro, professor de relações internacionais da Uerj.

Veio do governo da Colômbia a iniciativa de acionar o acordo, que tem forte peso simbólico, alegando que sua soberania estaria em xeque devido à ação de guerrilheiros colombianos abrigados pelo país vizinho. O assunto vem deteriorando as já péssimas relações entre os dois países, e explica a última de Maduro. A questão: até quando o ditador conseguirá seguir aferrado ao poder?

Publicado em VEJA de 18 de setembro de 2019, edição nº 2652

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