Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Vazamento de petróleo da Chevron faz o alarme de alerta soar no Brasil

O vazamento de petróleo na plataforma da Chevron no Campo de Frade é um ‘alerta vermelho’ para o Brasil, que pretende explorar as gigantescas jazidas marítimas nas águas profundas do “pré-sal”, uma operação delicada e inédita, segundo os analistas. “Que isso sirva de alerta vermelho. Um só poço teve problemas, mas o pré-sal terá mil […]

Por Por Claire DE OLIVEIRA
24 nov 2011, 16h21
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O vazamento de petróleo na plataforma da Chevron no Campo de Frade é um ‘alerta vermelho’ para o Brasil, que pretende explorar as gigantescas jazidas marítimas nas águas profundas do “pré-sal”, uma operação delicada e inédita, segundo os analistas.

    Publicidade

    “Que isso sirva de alerta vermelho. Um só poço teve problemas, mas o pré-sal terá mil deles. Temos que aprender a lição”, disse o secretário do Meio Ambiente do Estado do Rio, Carlos Minc.

    Publicidade

    “A lei permite que as empresas estrangeiras explorem petróleo, mas não somos uma República de bananas. Somos a sétima economia do mundo e queremos tecnologias cada vez mais preventivas. A Chevron não operou nas condições de confiança que lhe foram outorgadas”, disse Minc na quarta-feira a jornalistas.

    Segundo dados da Chevron, durante pouco mais de 10 dias foram derramados no Atlântico 2.400 barris de petróleo. Segundo a ONG SkyTruth foram cerca de 15.000 barris.

    Publicidade

    As autoridades brasileiras querem que o acidente da petroleira americana Chevron sirva de exemplo a outras companhias. Até o momento, foram aplicados 28 milhões de dólares em multas e outras multas milionárias estão em processo.

    O Brasil suspendeu na quarta-feira todas as atividades de perfuração da Chevron no país, e também rejeitou seu pedido de explorar a região do “pré-sal”.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    “O acidente da Chevron mostra que extrair petróleo do mar não é uma tarefa simples”, disse à AFP Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

    Atualmente, 80% do petróleo mundial é extraído em terra, mas a exploração marítima tem crescido significativamente, disse Pires.

    Publicidade

    “O Brasil já é o país onde a produção marítima é mais elevada (95% do total) e isso vai aumentar ainda mais com o pré-sal”, disse Pires.

    “Nem o Brasil nem o resto do mundo estão preparados para responder rapidamente a um acidente petroleiro no mar, e com o pré-sal as dificuldades serão ainda maiores devido à profundidade”, de 5.000 a 6.000 metros abaixo do nível do mar.

    Publicidade

    O especialista recordou o acidente ocorrido no ano passado nas instalações de British Petroleum (BP) no golfo do México, que provocou a maior mancha negra já registrada nos Estados Unidos, com quase cinco milhões de barris de petróleo derramados no mar durante três meses.

    Continua após a publicidade

    Empresas como a gigante brasileira Petrobras – líder mundial em exploração e produção em águas muito profundas – desenvolveram métodos sofisticados para a extração do petróleo em alto mar, mas os métodos para enfrentar vazamentos e proteger o ambiente “deixam a desejar”, disse Pires.

    “Tapar um vazamento e coletar o petróleo derramado leva tempo. As empresas e os governos precisam trocar informações sobre a maneira de agir”, disse Pires.

    “Transformar petróleo em lucro não é fácil e custa caro”, disse o analista, recordando que “as ações da Chevron recuaram 12% durante os últimos dias e as da BP perderam 20% em 2010”.

    Alessandra Magrini, professora de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio (UFRJ-Coppe), disse que a lei de 2000 sobre o petróleo aprovada pelo Brasil é “muito generalista” e que é preciso preparar melhor os organismos de controle”, como a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o Ministério do Meio Ambiente e a Marinha – para gerar respostas rápidas no caso de acidentes, com a perspectiva do pré-sal em foco.

    A Petrobras dispõe de um sistema de alta tecnologia para enfrentar acidentes em alto-mar e um robô de operação submarina teleguiado (ROV), mas os organismos de controle precisam de informações em tempo real e precisam coordenar-se de maneira mais eficaz, disse Mangrini à AFP.

    Continua após a publicidade

    “O plano de emergência a nível nacional ficou na gaveta. Foram fixados critérios para as multas, mas não há nada para avaliar os danos causados”, disse. “O Brasil ainda possui muito a evoluir em relação aos trabalhos no pré-sal”, completou.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.