O Vaticano irá defender o casamento heterossexual como “a base indispensável para a formação integral da criança” e o respeito aos homossexuais na 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Nesta terça-feira, a Santa Sé apresentou o texto preparatório para o próximo Sínodo da Família, que será realizado realizada entre 4 e 25 de outubro. O texto, conhecido como “Instrumentum Laboris” (documento de trabalho, em tradução livre), traz a compilação das respostas das conferências episcopais de todo o mundo e que servirão para preparar o documento final.
O texto afirma que a educação e a procriação têm “seu fundamento no amor conjugal entre um homem e uma mulher, que constitui a base indispensável para a formação integral da criança”. Outro tema abordado é o da adoção. Para o Vaticano é importante dar as crianças sem lar uma atenção especial. O texto considera que “a realidade da adoção deve ser valorizada e aprofundada, também no seio da teologia do casamento e da família”.
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Articulado em três partes, o relatório repassa outros temas do âmbito familiar, como o homossexualismo, o aborto, a eutanásia, a viuvez e os casais de diferentes credos. Sobre os homossexuais, o texto reitera que “não existe fundamento algum para assimilar ou estabelecer analogias entre as uniões homossexuais” e as heterossexuais. No entanto, acrescenta como novidade que “os homens e as mulheres com tendências homossexuais devem ser amparados com respeito e delicadeza” e considera “desejável” que os projetos pastorais deem “atenção específica ao acompanhamento das famílias” que contam com membros homossexuais.
Em relação à eutanásia e ao aborto, o Vaticano insiste em que “a vida é um presente de Deus e, por isso, não pode ser descartada nem em seu começo nem no fim”. E acrescenta: “É tarefa da família, apoiada por toda a sociedade, acolher a vida que nasce e ocupar-se de sua última fase”.
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A viuvez, segundo o documento preparatório, é “uma experiência particularmente difícil para os que viveram o casamento como um presente do Senhor” e, caso não contem mais com parentes, “deverão ser apoiados pela comunidade cristã”, sobretudo, “se estiverem em condições de indigência”. No texto se constata ainda a existência de uma “mudança antropológica” na sociedade atual, em que “os casamentos, religiosos ou não, diminuem enquanto o número de separações e de divórcios aumenta”.
(Da redação)