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Uruguai vai ao segundo turno entre direita e esquerda em novembro

Daniel Martínez, da Frente Ampla, e Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional não conseguiram votos necessários na eleição de domingo

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h36 - Publicado em 27 out 2019, 23h29

A eleição presidencial deste domingo, 27, no Uruguai não foi decisiva. Daniel Martínez, candidato da esquerdista Frente Ampla, e o ex-senador do Partido Nacional Luis Lacalle Pou, de centro-direita, disputarão a Presidência no segundo turno em 24 de novembro. Pesquisa de boca de urna da consultoria Cifra dá a Martínez 37% dos votos e a Lacalle Pou, 29%, enquanto a da Factum aponta a Frente Ampla com 39,9% e o PN com 29,1%.

As perspectivas para a Frente Ampla, que governa o país há 15 anos, se tornam mais difíceis com as esperadas alianças entre Lacalle e os demais candidatos de direita. Ernesto Talvi, do Partido Colorado, e o ex-comandante em chefe do Exército Guido Manini Ríos, do Cabildo Abierto, já se vincularam ao candidato do PN. Manini é conhecido no país como o “Bolsonaro uruguaio”.

“O Uruguai precisa de uma mudança e, para que esta mudança se concretize, convocamos nossos eleitores a apoiar a candidatura do doutor Lacalle Pou para liderar a coalizão com que iremos transformar o país. Faremos campanha por sua candidatura”, expressou Talvi ante seus militantes. “O Cabildo Abierto anuncia que irá apoiar no segundo turno o doutor Luis Lacalle Pou”, disse o militar reformado Manini Ríos.

Graças a estes dois apoios, Lacalle Pou poderá construir uma nova base eleitoral para novembro, diante de uma Frente Ampla que se esforça para se manter no poder. O partido elegeu duas vezes o atual presidente Tabaré Vázquez e o popular José Mujica, que vai se candidatar ao Senado.

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A Frente Ampla, que governa desde 2005, é “a força política mais importante do Uruguai”, afirmou Martínez, anunciando que iniciará um caminho “de diálogo” visando a vitória no segundo turno. O partido, insistiu, oferece “estabilidade, e não ajustes com um destino de incertezas”, motivo pelo qual pediu a seus militantes “redobrar o trabalho”.

Os primeiros resultados representam um duro golpe para a Frente Ampla, que perde a maioria parlamentar com a qual governou por três períodos consecutivos a partir de 2005, e deverá disputar sozinha a presidência.

Duas visões

Engenheiro de 62 anos, Martínez propõe a continuidade das políticas da Frente Ampla, que governa desde 2005. Se diz aberto em matéria comercial, mas hesita em assinar qualquer tipo de acordo de livre-comércio, principalmente se não houver salvaguardas para o desenvolvimento local de tecnologia e para as compras públicas. O Uruguai conseguiu assinar em junho, com os demais sócios do Mercosul, um acordo de livre-comercio com a União Europeia, após 20 anos de negociações. Não há sinais de que, com Martínez ou Lacalle, haja mudança nesse curso.

Lacalle Pou, um advogado de 46, sugere mudanças em gastos públicos, comércio e política externa. Classifica como “vergonha nacional” a política uruguaia de aproximação da Venezuela e promete seguir uma diplomacia comercial para abrir mercados e atrair investimentos estrangeiros.

Além de eleger presidente e Parlamento, os uruguaios rejeitaram o referendo sobre a criacão de uma guarda nacional, com capacidade de colocar nas ruas 2.000 militares para o reforço da segurança pública. Outrora considerado um oásis em uma América do Sul violenta, Uruguai viu suas estatísticas de violência escalarem nos últimos anos. O país registrou em recorde no número de homicídios em 2018: foram 414 crimes, uma alta de 45% em relação a 2017.

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