O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe lançou nesta terça-feira uma série de críticas a seu apadrinhado político, o presidente Juan Manuel Santos, pelos resultados das eleições regionais de domingo, e o chamou de hipócrita pela nomeação do novo ministro de Trabalho.
Uribe, que governou entre 2002 e 2010, atribuiu os resultados eleitorais de seu partido político, o mesmo de Santos (o Partido Social de Unidade Nacional, a U), à ação do partido e à herança de seu governo, e não à gestão de Santos.
“O governo não desperta apoio popular. Então, nós não tivemos um apoio popular ao governo que estivesse acompanhando nosso partido mas, mesmo assim, graças a todos os trabalhadores da U e à credibilidade da opinião, há o resultado que os senhores estão vendo”, disse em declarações à rádio RCN, de Bogotá.
“Há uma preocupação crescente entre os cidadãos com o governo afastado, inativo, com um governo de propaganda, com a desmotivação das Forças Armadas, com uma política de segurança que dá sinais de deterioração. Então, a nós nos resta fazer campanha com um governo que dá sinais de hostilidade”, completou Uribe, mentor político de Santos.
Santos chegou à presidência em 2010 herdando as bandeiras dos dois mandatos de Uribe, do qual foi ministro da Defesa (2006 a 2009).
Nas regionais de domingo, o partido da U avançou em sua representação política, ao conseguir 259 prefeituras e 4 estados, mas os candidatos apoiados por Uribe, como Enrique Peñalosa, que tentava a Prefeitura de Bogotá, foram derrotados.
Uribe também questionou a designação do chefe do Partido Liberal, Rafael Pardo, como ministro de Trabalho.
“Escutando o atual presidente da República há dois anos se referindo ao ministro de Trabalho (Pardo), ninguém poderia ter antecipado a nomeação de uma pessoa depois do que ouvi dizer”, afirmou.
“Eu não entendo a política assim. A política tem que ser construtiva, mas não de hipocrisias. Não compreendo esses jogos da política”, insistiu Uribe.
Santos, apesar de ter sido eleito candidato da U, governa com uma coalizão, tendo apenas como oposição o esquerdista Pólo Democrático.