A diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell, classificou nesta quarta-feira, 22, a Faixa de Gaza como “o lugar mais perigoso do mundo para ser criança”, durante fala ao Conselho de Segurança da ONU.
“Em Gaza, os efeitos da violência perpetrada contra as crianças foram catastróficos, indiscriminados e desproporcionais”, completou Russell, que na semana passada visitou a região para uma reunião sobre mulheres e crianças que vivem por lá.
De acordo com a diretora, mais de 5.300 crianças palestinas teriam sido mortas desde o início dos embates entre Israel e militantes do grupo palestino Hamas, iniciados depois de uma ofensiva surpresa dos extremistas contra os israelenses no dia 7 de outubro, que deixou mortos e reféns.
“O verdadeiro custo desta será medido nas vidas das crianças, aquelas que foram perdidas pela violência e aquelas que foram mudadas para sempre por ela. Sem o fim dos combates e o pleno acesso humanitário, o custo continuará a crescer exponencialmente”, afirmou.
Na noite desta terça-feira (madrugada de quarta em Israel), o governo de Israel aprovou um acordo com o Hamas para um cessar-fogo temporário para a libertação de reféns tomados pelo grupo palestino.
+Israel aprova acordo com o Hamas de cessar-fogo e libertação de reféns
Segundo comunicado do governo de Israel, 50 reféns serão soltos, entre mulheres e crianças, ao longo de quatro dias. O gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirma ainda que a trégua pode ser prorrogada em um dia a cada grupo de dez reféns liberados pelo Hamas.
O premiê enfatizou, pouco antes do anúncio de um cessar-fogo temporário, que a pausa no conflito em troca de alguns reféns não indicaria, no entanto, o fim da guerra.
“O governo de Israel, as Forças de Defesa de Israel e os serviços de segurança continuarão a guerra para trazer de volta todos os reféns, eliminar o Hamas e garantir que não haverá nova ameaça ao Estado de Israel de Gaza”, pontuou Netanyahu.