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União Europeia alerta para perigo de corte completo do gás russo

De acordo com a chefe da Comissão Europeia, os países membros precisam traçar planos de emergência e trabalhar em conjunto para encontrar uma solução

Por Matheus Deccache
Atualizado em 6 jul 2022, 15h42 - Publicado em 6 jul 2022, 14h18
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  • A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse nesta quarta-feira, 6, que os países da União Europeia precisam fazer planos de emergência para se preparar para um corte completo do gás russo devido à guerra na Ucrânia

    “É óbvio que o presidente Vladimir Putin continua usando a energia como arma. É por isso que a Comissão está trabalhando em um plano de emergência europeu”, disse ela a legisladores na França.

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    O bloco europeu já impôs sanções à Rússia relacionadas à energia e tem se afastado das entregas controladas pelo Kremlin. No entanto, um corte completo não tem se mostrado uma solução plausível, fazendo com que von der Leyen alertasse que a União Europeia precisa estar pronta para lidar com grandes cortes vindos de Moscou. 

    Para ela, a Europa precisa estar preparada para o pior e os países não devem tomar decisões precipitadas para evitar as cenas caóticas vistas no início da pandemia de Covid-19, quando cada governo decidiu agir da sua própria maneira. 

    “É muito importante ter uma visão europeia e uma abordagem coordenada para um possível corte completo do gás russo”, disse von der Leyen. 

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    Uma dúzia de membros já foi atingida por reduções ou cortes totais no fornecimento de gás, à medida que o impasse político com Moscou sobre a invasão da Ucrânia se intensifica. Além disso, a iminente chegada do inverno europeu liga o sinal de alerta, uma vez que o gás russo é fundamental para a calefação de casas e para manter fábricas funcionando. 

    Na última semana, a Alemanha expressou preocupação sobre a possibilidade de a Rússia não retomar as entregas de gás natural para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1, que opera a 40% da capacidade. A gigante estatal de energia russa, a Gazprom, disse que a redução ocorreu devido a um problema técnico, e que a manutenção do equipamento foi afetada pelas sanções ocidentais. 

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    Os países da União Europeia já concordaram que todo o armazenamento de gás natural deve ser complementado em pelo menos 80% da capacidade para o próximo inverno para evitar escassez durante a estação e que as reservas subterrâneas devem ser preenchidas com até 90% da capacidade antes do próximo inverno. 

    De acordo com a chefe da Comissão Europeia, essa capacidade já chegou a 55%, à medida que as remessas vindas dos Estados Unidos triplicaram desde o início da guerra. A invasão da Ucrânia pela Rússia levou a União Europeia a aplicar uma série de sanções contra a economia do país, com a promessa de proibição de 90% do petróleo russo até o final do ano, além das importações de carvão que terão início em agosto. 

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    Antes do conflito, o bloco dependia de 40% do gás natural russo. No entanto, de acordo com von der Leyen, a importação média mensal do produto está caindo cerca de 33% em comparação com o ano passado. Além disso, o Conselho do bloco concordou em aumentar a participação de energias renováveis para pelo menos 40% até 2030.

    “Alguns dizem que, no novo ambiente de segurança após a agressão da Rússia, temos que desacelerar a transição verde. Essa transição viria ao ‘custo da segurança básica’, dizem eles. O oposto é verdadeiro. Se não fizermos nada além de competir por combustíveis fósseis limitados, os preços vão explodir ainda mais e encher o baú de guerra de Putin”, disse ela.

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    “As energias renováveis ​​são cultivadas em casa. Elas nos dão independência dos combustíveis fósseis russos. Elas são mais econômicas e mais limpas”, completou. 

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