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Um ano de revezes e diminuição de popularidade para o poderoso Evo Morales

Por Da Redação
13 dez 2011, 15h34

Antonio Martínez.

La Paz, 13 dez (EFE).- Para o presidente boliviano, Evo Morales, 2011 foi um ano de grandes revezes, inclusive sua primeira derrota eleitoral desde que chegou ao poder e a diminuição de sua popularidade, mas, ainda assim, o líder ampliou seu controle sobre os poderes públicos.

Passados dois anos desde sua reeleição com 64% dos votos, a última pesquisa do Instituto Ipsos aponta que pouco mais da metade daqueles eleitores (38%) ainda o apoiam, enquanto 53% de seus compatriotas o repudiam.

O ano começou com as consequências do ‘gasolinazo’, a tentativa de Morales de decretar, em dezembro do ano passado, um aumento dos preços dos combustíveis de até 82%, que precisou revogar horas antes do final de 2010 perante violentos distúrbios de rua.

Nos primeiros meses de 2011, o fracassado plano de Morales causou o desabastecimento de alimentos e protestos pelo alto custo de vida, inclusive greves e bloqueios de estradas promovidos pela Central Operária Boliviana (COB), a maior organização sindical do país.

Neste ano, as autoridades já tiveram que corrigir duas vezes a meta oficial de inflação. Primeiramente fixada em 4% e aumentada em fevereiro até 6%, o Governo espera agora uma taxa de 7%, mas os empresários já falam em 8%.

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Porém, os maiores revezes de Morales aconteceram em outubro, quando a oposição transformou em plebiscito contra si a eleição de 56 magistrados de quatro tribunais superiores, ao mesmo tempo que uma passeata indígena o obrigou a frear a construção de uma estrada que partiria em dois um parque natural.

Nos pleitos judiciais, os votos nulos e em branco pedidos pela oposição somaram cerca de 60%, enquanto os válidos defendidos por Morales atingiram 40%.

Esse revés, embora tenha afetado sua imagem de invencível nas urnas, foi apenas moral porque, no final, conseguiu que todos os tribunais ficassem nas mãos de seus partidários, aumentando seu monopólio dos poderes públicos para uma segunda reeleição em 2015, comentam analistas e líderes da oposição.

O líder começou a falar em 2010 de uma nova reeleição, considerada ‘inconstitucional’ pela oposição boliviana, que está muito enfraquecida, dispersa e sem um líder para enfrentar Morales.

Para muitos analistas e diplomatas consultados pela Agência Efe, o principal revés do presidente em 2011 foi a passeata de centenas de indígenas da Amazônia, que caminharam 600 quilômetros em 66 dias e tiveram uma recepção triunfal em La Paz no dia 19 de outubro.

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Inicialmente, Morales desprezou e insultou os manifestantes e depois tentou freá-los com violência, o que destroçou sua imagem de indigenista e ecologista, segundo reconhecem até mesmo alguns colaboradores do líder, de origem aimara.

‘Possivelmente não entendemos, não tivemos a capacidade de escutar esta manifestação indígena (…) Os indígenas do Governo possivelmente ainda não entendemos’, reconheceu o ministro de Relações Exteriores, o aimara David Choquehuanca.

Os manifestantes rejeitaram a estrada que dividiria em dois o Território Indígena Parque Nacional Isioboro Secure (Tipnis), entre outras razões, por temerem a invasão de cultivadores de folha de coca, base para a elaboração de cocaína.

O líder e seus colaboradores garantem que combatem os cultivos ilegais e o narcotráfico, mas o escritório antidrogas da ONU revelou que os cultivos, após diminuírem 8% em 2005, antes da chegada de Morales ao poder, cresceram em todos os anos desde 2006, subindo de 25.400 para 31.000 hectares.

Dezenas de funcionários e comandantes da Polícia foram presos por narcotráfico este ano, inclusive o general René Sanabria, ex-chefe antidrogas de Morales, capturado no dia 25 de fevereiro no Panamá e deportado para os Estados Unidos, onde foi condenado por tráfico de cocaína.

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Outro revés foi o reconhecimento oficial, no dia 8 de abril, que as reservas de gás da Bolívia são de apenas 9,9 trilhões de pés cúbicos, quase um terço do número divulgado nos últimos anos pelo Governo, embora depois uma nova descoberta as tenha aumentado para cerca de 13 trilhões. EFE

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