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UE quer sabotar economia húngara se Orbán não apoiar Ucrânia, diz jornal

Estratégia incluiria enfraquecimento da moeda local e redução da confiança de investidores; premiê da Hungria é obstáculo para aprovação de financiamento

Por Da Redação
Atualizado em 29 jan 2024, 11h04 - Publicado em 29 jan 2024, 11h04

A União Europeia planeja sabotar a economia da Hungria caso o governo do primeiro-ministro do país, Viktor Orbán, vete o envio de um novo pacote de ajuda de 50 bilhões de euros (cerca de R$ 266 bilhões) à Ucrânia, em guerra contra a Rússia desde fevereiro de 2022. A informação foi divulgada neste domingo 28 pelo jornal britânico Financial Times.

O veículo cita funcionários de Bruxelas e afirma que a suposta estratégia inclui o enfraquecimento da moeda local, o Forint húngaro, e a redução da confiança de investidores em Budapeste, com o objetivo de prejudicar o “emprego e crescimento” da nação. Em resposta, o ministro da União Europeia húngaro, János Bóka, disse que, embora não esteja ciente de ameaças, o país “não cede à pressão”.

A revelação também foi baseada em um documento, obtido com exclusividade pelo FT, que indica que se “não houver acordo na [cúpula] de 1º de fevereiro, outros chefes de Estado e de governo declarariam publicamente que, à luz do comportamento não construtivo do primeiro-ministro húngaro, eles não podem imaginar [que os fundos do bloco serão direcionados à administração Orbán]”.

“Se Orbán realmente bloquear um acordo [sobre financiamento à Ucrânia] de novo, na cúpula de fevereiro, usar o Artigo 7º para retirar os direitos de voto da Hungria poderá tornar-se uma opção real”, endossou um diplomata da União Europeia ao jornal Politico Europe.

+ Após EUA, União Europeia bloqueia auxílio financeiro à Ucrânia

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Hungria x UE

Há 13 anos no poder, o Viktor Orbán acumula desentendimentos com a União Europeia, mas a postura combativa se intensificou em meio à guerra na Ucrânia. Ele tornou-se voz dissonante entre os membros do bloco e estreitou os laços com o presidente da Rússia, Vladimir Putin – um encontro bilateral entre os líderes, em outubro, gerou mal-estar em Bruxelas, apesar de Orbán ter supostamente defendido “a importância da paz”.

Em dezembro, Orbán amargou ainda mais as relações com Bruxelas, quando vetou o envio de um novo pacote de fundos a Kiev e alertou que poderia, ainda, bloquear a entrada da Ucrânia na União Europeia – um projeto fundamental para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. A próxima reunião para debater o tema, com potencial de interromper o processo de adesão, está marcada para esta quinta-feira, dia 1º.

“O documento, elaborado pelos burocratas de Bruxelas, apenas confirma o que o governo húngaro vem dizendo há muito tempo: o acesso aos fundos da União Europeia é usado para chantagem política por parte de Bruxelas”, escreveu Bóka no X, antigo Twitter.

https://x.com/JanosBoka_HU/status/1751744208791085358?s=20

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+ Climão entre Zelensky e Orbán evidencia posição enfraquecida da Ucrânia

Extrema-direita húngara

Em clima de tensão, o presidente do partido ultradireitista húngaro Nossa Pátria, Laszlo Toroczkai, declarou no sábado 27 que uma região ocidental da Ucrânia, a Transcarpátia, deveria passar a fazer parte da Hungria se as forças ucranianas perderem a guerra contra a Rússia. O local abriga cerca de 150 pessoas de etnia húngara.

“Em relação à guerra na Ucrânia, a nossa mensagem é muito simples: um cessar-fogo imediato, paz e uma resolução através de negociações”, disse Toroczkai em vídeo publicado no site do seu partido.

“Se esta guerra acabar com a Ucrânia perdendo sua condição de Estado, porque isto também está nos planos, então, como único partido húngaro a assumir esta posição, sinalizo que reivindicaremos a Transcarpátia”, acrescentou.

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