Ucrânia: tentativas de politizar a Eurocopa são ‘destrutivas’
Delegação da UE anunciou boicote. Para Putin, 'esporte está acima da política'
A Ucrânia considerou, nesta quinta-feira, como “destrutivas” as tentativas de “politizar” a Eurocopa-2012 de futebol, depois de várias autoridades políticas europeias terem anunciado que queriam boicotar o torneio devido à prisão da opositora Yulia Timoshenko. Em outubro de 2011, a ex-primeira-ministra foi condenada a sete anos de prisão e, na semana passada, iniciou uma greve de fome para protestar contra a repressão em seu país.
“O Ministério das Relações Exteriores considera destrutivas as tentativas de politizar os acontecimentos esportivos”, declarou a diplomacia ucraniana em um comunicado. “Os pedidos de boicote à competição minarão a imagem deste acontecimento esportivo grandioso e causarão prejuízo a milhares de ucranianos comuns que não se interessam pela política”, acrescentou o ministério.
A União Europeia e vários países europeus expressaram na semana passada sua preocupação com Timoshenko e a própria chanceler alemã, Angela Merkel, comunicou que não viajará para a Eurocopa se a Ucrânia não libertar a opositora. Nesta quinta-feira, a delegação da UE em Kiev anunciou que nenhum membro da Comissão Europeia irá à Ucrânia para a Eurocopa-2012 de futebol.
Nesta quinta-feira, o presidente eleito russo, Vladimir Putin, disse que seu país está disposto a receber Yulia Timoshenko para receber tratamento médico. Ele advertiu, porém, que o caso não deve se misturar com a realização da Eurocopa-2012. Putin disse estar de acordo com o princípio de que “o esporte está acima da política”.
Na última sexta-feira, a imprensa ucraniana publicou fotografias em que é possível ver marcas no corpo da líder opositora, segundo ela causadas por agentes penitenciários na prisão onde cumpre pena de sete anos depois de sua condenação por abuso de poder. Em algumas das imagens, ela apresenta hematomas e arranhões na altura do estômago.
(Com agência France-Presse)