Ucrânia identifica mais de 8.000 casos suspeitos de crimes de guerra
Apenas em Kiev, 1.150 corpos de civis foram registrados desde a invasão da Ucrânia; a Rússia nega qualquer envolvimento no massacre
A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, disse nesta quinta-feira, 28, que investigadores identificaram mais de 8.000 casos suspeitos de crimes de guerra.
Venediktova, que vem investigando e contabilizando as denúncias de crimes cometidos pelo exército russo desde a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, afirmou à emissora alemã Deutsche Welle que foram computados 8.600 casos só sobre crimes de guerra e mais de 4.000 relacionados.
Os supostos crimes incluem “assassinato de civis, bombardeio de infraestrutura civil, tortura e crimes sexuais”. Segundo o chefe da polícia de Kiev, Andriy Nebyton, só na região foram encontrados 1.150 corpos de civis desde o início da invasão da Rússia.
Nebyton enfatizou que “esses eram civis, não militares, que não tinham envolvimento com a Defesa Territorial ou outras entidades militares”. A maioria das vítimas é da região de Bucha, sendo que que de 50a 70% morreram por ferimentos de armas de fogo, baleados com rifles automáticos, segundo o chefe de polícia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, culpou a Rússia pelos assassinatos e pediu a Moscou que pare de cometer “crimes de guerra”. O Kremlin nega qualquer envolvimento nos assassinatos em massa, voltando a alegar que as imagens de civis nas ruas de Bucha são falsas.
Durante uma visita a Bucha e Borodianka, o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, disse que havia “motivos razoáveis para acreditar que crimes dentro da jurisdição do TPI estão sendo cometidos”.
A procuradora-geral da Ucrânia disse que 10 soldados russos foram identificados como “envolvidos na tortura de civis pacíficos” durante a ocupação de Bucha.